A organização consultou 217 companhias, mas somente 35 atenderam o pedido de enviar informações sobre o impacto de suas cadeias sobre as florestas, entre elas gigantes como a Unilever, Nike, Adidas, Carrefour e BMW.
O baixo índice de respostas, segundo a organização, mostra que ainda há desconhecimento sobre a relação direta entre desmatamento e mudanças climáticas e que os investidores ainda não relacionam a diminuição dos impactos de suas companhias sobre as florestas como um requisito para a transição para uma economia de baixo carbono.
De acordo com o relatório, há vários casos de grandes empresas que investem alto em publicidade ambiental, mas não aplicam a sustentabilidade na prática.
Dezenove empresas brasileiras foram convidadas, mas apenas duas divulgaram sua “pegada florestal”: o grupo Independência, do setor agropecuário, e a Fibria, gigante de papel e celulose.
O Brasil é citado com frequência na análise da pegada florestal do setor agropecuário e da soja. O relatório defende a necessidade urgente de um sistema de certificação para carne bovina, para impedir que o boi do desmatamento continue sendo exportado.
O documento cita como exemplo a Moratória da Soja, assinada em 2006, e que “reduziu significativamente” a expansão de lavouras de soja na Amazônia brasileira.
Entre as companhias brasileiras que não concordaram em enviar dados sobre os impactos de suas atividades sobre as florestas estão a Cosan, o grupo André Maggi e os frigoríficos Bertin, JBS e Marfrig.
O levantamento pretende subsidiar a escolha de produtos com garantia de origem e sustentabilidade na cadeia produtiva. A iniciativa lembra o relatório A Farra do Boi na Amazônia, lançado em 2009 pelo Greenpeace, que levou grandes redes de supermercados a romper contratos com frigoríficos que não conseguiram comprovar que os bois eram criados em áreas áreas livres de desmatamento ilegal. (Fonte: Agência Brasil)