Incrustado na Baixada Fluminense, onde a temperatura tem chegado com frequência aos 40ºC neste verão histórico na Região Sudeste, o Parque Natural de Nova Iguaçu é um verdadeiro oásis de 1.100 hectares aberto à visitação gratuita de uma população de renda modesta e raros espaços de lazer.
A procura por suas trilhas, seus riachos e suas 12 cachoeiras, tudo emoldurado pela Mata Atlântica, tem sido tamanha que a prefeitura da cidade de 830 mil habitantes anunciou no começo da semana a prorrogação da Operação Verão do último dia deste mês para o fim de março, quando a estação terá terminado, mas não o calor intenso da região.
“Quando você entra aqui já sente a mudança, conta Carlos Alberto Martins, um dos três recepcionistas dos cerca de 2.000 visitantes do parque nos finais de semana. “As árvores, a água, o mato e a altitude, tudo faz com que a temperatura seja pelo menos 5ºC menor do que na cidade”.
A altitude do Parque Natural de Nova Iguaçu varia dos 150 metros logo na entrada aos 956 metros próximo ao Pico do Gericinó, garantia de um passeio agradável, banhos refrescantes e piqueniques à sombra de árvores nativas. “Famílias inteiras passam a tarde no parque, são crianças e idosos que aproveitam o clima mais ameno do local”, diz o secretário municipal de Meio Ambiente e Agricultura, Fernando Cid.
Aberto ao público desde 1998, o parque se situa na Serra de Madureira, na parte voltada para a baixada, e integra a Área de Proteção Ambiental do Gericinó-Mendanha. As visitas são de terça a domingo entre oito horas da manhã e cinco da tarde e podem ser agendadas por telefone para escolas, universidades, igrejas e outras instituições.
“No caso das visitas de igrejas, é bom deixar claro que não são permitidas atividades religiosas”, adverte Carlos Alberto Martins, encarregado de examinar as bolsas e sacolas dos visitantes.
“É proibido entrar sabonete, bronzeador, creme para pele, xampu e qualquer tipo de faca e de vidro, seja garrafa, seja copo, mas refrigerante em plástico e latinha, inclusive de cerveja, tudo bem. E essa história de igreja é que o pessoal do candomblé reclamou que não podia fazer despacho, mas os evangélicos faziam batismos. Aí, foi tudo proibido”, explica.
Entre as atividades permitidas, e até incentivadas, figuram os passeios ecológicos guiados da Operação Verão, os grupos de trekking e o voolivre, cujo maior entusiasta é Sidnei Pereira da Silva, de 47 anos e amante de esportes radicais. Ele conta que no Parque Natural de Nova Iguaçu está a rampa mais alta da região, na Serra do Vulcão, a 855 metros do chão.
“Nem a Pedra Bonita é mais alta, nós só perdemos para as rampas de Petrópolis, no alto da serra”, ele compara. Da Serra do Vulcão partiram vooslivres que aterrissaram em Angra dos Reis, Mangaratiba, Itaguaí e o recordista, que voou cerca de 400 quilômetros até Lorena, perto de Aparecida do Norte, em São Paulo.
(Fonte: Agência Brasil)