O terremoto de 8,8 graus na escala Richter, que aconteceu na madrugada de hoje, no Chile, pode ter um impacto violento em desastres humanos e de destroços físicos, admitiu o chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Sands. Ele ressaltou, porém, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, que os resultados ainda estão sendo contabilizados.
Embora o centro sísmico tenha acontecido no Oceano Pacífico, o tremor foi muito próximo da costa, a apenas 65 quilômetros de uma cidade com quase 40 mil habitantes e de duas outras no raio de 100 quilômetros, cada uma com cerca de 300 mil habitantes, disse Sands. O epicentro do terremoto, cuja magnitude foi recalculada para 8,3 graus, fica a 317 quilômetros de Santiago, a capital chilena.
Apesar de estar melhor preparado para enfrentar terremotos, com construções mais firmes, do que o Haiti – onde aconteceu o último grande desastre sísmico, em janeiro último –, o Chile tem regiões carentes, com populações pobres no centro e no norte do país, onde o adensamento populacional tem aumentado muito.
Além do terremoto, o observatório da UnB registrou mais 12 tremores de menor intensidade, entre 6 graus e 6,5 graus nas imediações do grande sismo. O Chile, explicou Sands, está numa região onde grandes placas tectônicas se encontram . Como a Terra está em constante movimento, acrescentou ele, as placas colidem de vez em quando.
Por essa razão, o Chile tem um histórico de terremotos. O mais violento de que se tem registro no mundo ocorreu em 1960, com 9,5 graus, no país. O Chile fica exatamente no fim da grande placa tectônica onde termina o Círculo de Fogo que margeia o Oceano Pacífico pela América Central, América do Norte e desce pelo Leste da Ásia.
O desastre ocorrido no Chile não tem maiores reflexos no Brasil, de acordo com o professor da UnB. A não ser pequenos registros do abalo em grandes cidades com maior altitude como Brasília, São Paulo e Curitiba, em um raio até Porto Alegre.
(Fonte: Agência Brasil)