“Vai demorar oitenta anos ou mais para se formar novo terremoto como esse, com essa força toda no interior da terra”, disse.
Segundo o pesquisador, pesquisas de especialistas chilenos e estrangeiros já apontavam em 1986 a possibilidade de um terremoto e um tsunami nas áreas atingidas pelo desastre, que matou pelo menos 802 pessoas.
“A única certeza era de que os fenômenos ocorreriam nas próximas décadas, mas ninguém sabia, com exatidão, quando ocorreriam.”
Infraestrutura – O professor de sismologia destacou que, depois dos tremores – o principal, no sábado, atingiu magnitude de 8,8 – e do tsunami, o Chile terá que rever sua infraestrutura, especialmente nas áreas mais afetadas.
“As casas de madeira (da orla) podem ser recomendadas como prevenção em caso de terremotos, mas vemos que elas não estão preparadas para tsunamis”, disse.
As construções, na costa do Oceano Pacífico, eram típicas das áreas turísticas que foram arrasadas.
Segundo Prado, as áreas urbanas, como Santiago, mostraram estar preparadas para os tremores e resistiram satisfatoriamente ao terremoto.
“A estrutura chilena reagiu bem, principalmente se compararmos com outros países que também sofreram tremores ao redor do mundo, como o Haiti, por exemplo”, disse.
Ele disse que o Chile, definido como país sísmico, tem aprimorado suas construções e exigências para as construções desde os terremotos de 1960 e 1985, que estão entre os piores já registrados.
Mas ele acredita que ainda “falta muito” para que o Chile chegue aos níveis de cuidados e prevenção do Japão, também banhado pelo Oceano Pacífico.
“Avançamos muito, mas não temos os mesmos recursos financeiros e humanos que o Japão e a dedicação que deveria ser necessária para estarmos melhor equipados para situações como esta”, afirmou.
Estações sismológicas – Pardo destacou, porém, que a presidente do Chile, Michelle Bachelet, aprovou recentemente um financiamento para a compra de estações sismológicas, que serão espalhadas por todo o país.
Os equipamentos ainda não tinham sido comprados até a catástrofe do sábado.
“Com estes equipamentos, que serão comprados de diferentes países, será possível definir o material recomendado para as construções para que elas sejam ainda mais seguras e resistentes (aos tremores)”, afirmou.
O especialista destacou que este terremoto no Chile foi “800 vezes mais forte” que o do Haiti, registrado em janeiro. E que o terremoto registrado em 1960 no país, recorde histórico, foi “centenas de vezes” superior a este recente no território chileno.
Pardo explicou que o terremoto de sábado demorou “oitenta anos” para ser formado e um novo tremor destas proporções vai precisar de outras oito ou dez décadas para voltar a ser formado.
“Vai demorar oitenta anos ou mais para se formar novo terremoto como esse, com essa força toda no interior da terra”, disse.
Pardo ressaltou que pesquisas de especialistas chilenos e estrangeiros já apontavam em 1986 a possibilidade de um terremoto e um tsunami nas áreas atingidas pelo desastre.
“A única certeza era de que os fenômenos ocorreriam nas próximas décadas, mas ninguém sabia, com exatidão, quando ocorreriam”, afirmou. (Fonte: G1)