A terceira comissão independente que examinou as acusações de suposta alteração de dados científicos por parte de um dos centros de investigação sobre o clima mais respeitados do mundo não encontrou nenhuma prova de má fé, segundo divulgaram nesta quarta-feira (14).
Os cientistas da Unidade de Pesquisas sobre o Clima (CRU, na sigla em inglês), da universidade britânica de East Anglia, foram acusados, em novembro passado, de suposta manipulação de dados para extrapolar o efeito antropogênico (provocado pelo homem) sobre as mudanças climáticas.
O caso foi apelidado de “Climategate” pela imprensa britânica, em paródia ao caso Watergate, que derrubou o presidente dos EUA Richard Nixon.
Ele explodiu às vésperas da conferência das Nações Unidas sobre o clima, em Copenhague, com a divulgação de centenas de mensagens eletrônicas roubadas de cientistas do centro e de seu diretor, Phil Jones.
Segundo os céticos do aquecimento global, as mensagens demonstravam que eles alteraram dados para sustentar suas teorias.
Mas a comissão independente que realizou um exame detalhado de 11 estudos publicados pela CRU durante 20 anos não encontrou “nenhuma prova de qualquer má prática científica deliberada” e concluiu que os cientistas chegaram às suas conclusões “honestamente”.
Estatísticas – O presidente do painel, lorde Ron Oxburgh – que foi da Câmara dos Lordes britânica -, informou simplesmente que os investigadores consideraram que os cientistas poderiam ter utilizado melhores métodos estatísticos no momento de analisar alguns de seus dados.
No entanto, completou que era improvável que isto tivesse causado alguma diferença em seus resultados.
Após conhecer as conclusões, a Universidade de East Anglia disse que a investigação demonstrou que os ataques dos últimos meses contra sua integridade científica eram “totalmente injustificados”.
Em março, outra investigação, realizada pela Comissão de Ciência e Tecnologia do Parlamento britânico já tinha absolvido os cientistas ao concluir que não existia nenhuma prova de que o centro ou seu diretor teriam alterado dados para apoiar suas teses. (Fonte: Folha Online)