A Ásia, e em particular a China, tem influência crescente na pesquisa científica mundial, em detrimento dos Estados Unidos, da Europa e do Japão, segundo relatório das Nações Unidas publicado nesta terça-feira (9).
Impulsionada em grande parte pela China, Índia e Coreia do Sul, a contribuição da Ásia em gastos com pesquisas e desenvolvimento mundial passou de 27% em 2002 para 32% em 2007, revela o relatório sobre a ciência da Unesco (Organização das Nações Unidas pela Educação, Ciência e Cultura).
Simultaneamente, a parte dos países desenvolvidos no esforço pela pesquisa passou de 83% para 76%.
“O mundo bipolar, no qual a tríade constituída pela União Europeia, Japão e Estados Unidos domina a ciência e a tecnologia, está cedendo progressivamente o lugar a um mundo multipolar”, resumiu a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.
No total, o mundo destinou 1,7% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para a pesquisa e o desenvolvimento em 2007, uma porcentagem estável desde 2002, informou o relatório. Em volume, no entanto, a alta é enorme: de 790 bilhões a 1,14 trilhão de dólares, reflexo do crescimento da economia mundial durante este período.
Em cinco anos, o número de pesquisadores nos países em desenvolvimento passou de 30% para 38% do total mundial em 2007. Dois terços desse crescimento é atribuído à China. Com mais de 1,4 milhão de pesquisadores em 2007, o país prepara-se para ultrapassar os Estados Unidos e a União Europeia em número pesquisadores, destacou a Unesco.
Os países em desenvolvimento também progrediram bastante em termos de publicação em revistas científicas, critério importante para a credibilidade científica, destacou o relatório. A contribuição deles passou de 16% para 25% entre 2002 e 2008. Somente a da China mais que dobrou e atingiu 10,6%.
Os Estados Unidos ficaram de novo em primeiro lugar com a maior produção de artigos científicos, mas sua parte mundial (28%) caiu em seis anos em uma proporção bem superior a de outros países.
Mas as diferenças na criação de conhecimento entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento persistem de maneira evidente se examinarmos o número de diplomas. As nações desenvolvidas concentram ao menos 90% do total mundial.
O relatório anterior da Unesco sobre ciência foi publicado em 2005. (Fonte: Yahoo!)