Os 373 maiores desastres naturais registrados ao longo do ano passado mataram mais de 296,8 mil pessoas no mundo e custaram cerca de US$ 110 bilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (24) pela Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (cuja sigla em inglês é Unidr), órgão ligado às Nações Unidas, com base em informações do Centro de Investigação sobre a Epidemiologia dos Desastres (Cred).
O comando da Unidir alertou que é necessário definir uma estratégia preventiva para evitar que desastres naturais provoquem mortes e danos materiais tão elevados em todo mundo. De 8 a 13 de maio, em Genebra, na Suíça, será debatida a Plataforma Global para a Redução de Desastres.
“Se não agirmos agora, vamos ver mais e mais desastres, devido à urbanização desordenada e degradação ambiental. E desastres relacionados ao clima com certeza vão aumentar no futuro, devido a fatores que incluem as alterações climáticas “, disse a secretária-geral da Estratégia Internacional para Redução de Desastres, Margareta Wahlström.
Pela primeira vez, a América liderou a lista dos piores desastres entre os continentes. Do total de mortos, 75% ocorreram no Haiti. Apenas o terremoto de 12 de janeiro de 2010, no Haiti, foi responsável pela morte de 222,5 mil pessoas. A Europa ficou em segundo lugar em decorrência da onda de calor russo, que matou 56 mil pessoas.
Porém, o desastre natural que causou prejuízo mais elevado foi o terremoto de 27 de fevereiro de 2010, no Chile. Segundo o órgão das Nações Unidos, o prejuízo foi de US$ 30 bilhões. Mas está longe do terremoto considerado com efeitos mais caros do mundo – em 2008, o terremoto em Sichuan, na China, que causou US$ 86 bilhões em danos.
Também são mencionados entre os desastres naturais as inundações, em junho de 2010, na França, e o inverno rigoroso, na maior parte da Europa, em dezembro de 2010. Da lista dos maiores desastres naturais, estão ainda o terremoto na China, em abril do ano passado, que matou 2.968 pessoas, além de outro abalo sísmico na Indonésia que provocou 530 mortes, em outubro de 2010.
A Indonésia sofreu também com as inundações e os deslizamentos de terra, assim como no Paquistão cerca de 2 mil pessoas morreram em decorrência destes desastres naturais. O fenômeno meteorológico do La Niña, que provocou inundações e deslizamentos de terra na Austrália, de abril a dezembro, também foi destacado no documento.
A secretária-geral da Estratégia Internacional para Redução de Desastres, Margareta Wahlström, ressaltou que deve haver um trabalho conjunto dos “governos locais, líderes comunitários e demais parceiros” na busca por um planejamento urbano adequado. “É uma ferramenta estratégica e técnica para ajudar os governos nacionais e locais a cumprirem as suas responsabilidades para com os cidadãos”, disse. (Fonte: Renata Giraldi/ Agência Brasil)