Duas das três comportas da barragem da Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, estão abertas para escoar o excesso de água. São cerca de 11 mil metros cúbicos de água por segundo (m³/s). O volume é quase oito vezes maior do que a vazão média das Cataratas do Iguaçu, que é de 1,5 mil m³/s. De acordo com as informações da Itaipu, nesta quinta-feira (17) foi registrado o maior vertimento (termo usado para a vazão) de águas escoadas, 13,500 mil m³/s.
É a segunda vez nesse ano que a usina precisou abrir as comportas. A medida é necessária em decorrência das chuvas que atingiram Minas Gerais, ainda no mês de janeiro. “Como a Itaipu é a última usina da bacia do Paraná, as águas das chuvas vão descendo [desde MG] e vão enchendo os reservatórios das demais usinas. Os reservatórios enchem e a água que sobra vai escoando até chegar à Itaipu”, explicou ao G1, a responsável pela Comunicação Social da Usina de Itaipu, Patrícia Liliana Iunovich.
A partir de 10 mil m³/s a usina costuma abrir uma segunda calha para eliminar o volume de água que não foi utilizado na produção de energia elétrica. “A terceira é aberta só em casos excepcionais”, disse Iunovich. As duas calhas estão abertas desde a terça-feira (15). Normalmente, apenas uma delas verte água.
Contudo, as águas que produzem uma linda imagem causa prejuízos, no lado paraguaio da fronteira. A alta vazão em Itaipu e também na bacia do Rio Iguaçu, aumenta o nível do Rio Paraná, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Em Cidade do Leste, no país vizinho, a praça de um bairro ficou toda submersa. Casas ficaram com água na altura da janela. Segundo os paraguaios, sempre que chove muito no Brasil a situação se repete. (Fonte: Ariane Ducati/ G1)