O fazendeiro localiza a boiada dele no meio do alagado de avião. Pousamos na fazenda vizinha, onde a água ainda não inundou a pista. O trator nos leva aos barcos. Difícil é vencer o atoleiro.
Navegamos sob estradas submersas. No horizonte cheio de água, é impossível saber onde ficavam os pastos. Os fazendeiros tentam resgatar o maior número de animais. Encontramos uma boiada nadando.
Alguns animais ficaram ilhados por 15 dias. Estão bem magros e enfraquecidos. Eles estão andando e nadando há cinco horas. Os fazendeiros no Pantanal sabem que não vão conseguir retirar todo o rebanho. Por isso, eles priorizam a retirada dos animais mais jovens que são os menos resistentes. Um bezerro quase se afogou e foi arrastado pela orelha. Outro não aguentou mais nadar.
O pecuarista Timóteo Proença ainda tem cinco mil animais ilhados. “O problema nosso é a vacada parida que vai ser difícil, porque o bezerrinho não tem condição de nadar e não acompanha a mãe”, afirma.
Um vizinho emprestou uma área seca para levar o rebanho. “Você vai tirando e levando para outras propriedades em que a água esteja no joelho. Nós temos que tirar o gado que está com a água na barriga o tempo todo. Com a água no joelho, ele pasta”, diz o pecuarista César Queiroz.
Na noite desta segunda-feira (21), a Embrapa divulgou um levantamento das perdas no Pantanal. O prejuízo é de R$ 190 milhões. (Fonte: G1)