A cidade de Londres poderá se ver obrigada a repensar sua estratégia ambiental para os Jogos Olímpicos de 2012, e a reduzir a circulação de veículos nas ruas durante a competição, como fez Pequim em 2008, para evitar grandes excessos de poluição por conta do evento. Algumas associações já reivindicaram à Prefeitura que seja proibida a entrada de alguns veículos.
É o exemplo do porta-voz da Campaign for Clean Air for London (Campanha pelo ar limpo em Londres, em livre tradução), Simon Birkett, que fez reivindicações nesse sentido em declarações publicadas nesta terça-feira (26) pelo jornal Evening Standard. “O prefeito deveria proibir todos os veículos mais poluentes de trafegarem pela região com mais poluição de Londres durante os Jogos Olímpicos e depois deles. Fazendo isso, seria garantida à cidade a possibilidade de oferecer os Jogos mais verdes que já aconteceram”, declarou Birkett.
Especialistas em meio ambiente afirmam que medidas consideradas drásticas, como proibir veículos velhos a diesel de acessarem o centro da capital, serão necessárias para evitar engarrafamentos e excesso de fumaças durante os Jogos. Caso essas restrições não sejam aplicadas, Londres poderá acumular, nos 17 dias de duração dos Jogos Olímpicos, assim como nas vésperas do grande acontecimento, elevados níveis de poluição que poderão representar um custo de 197 milhões de euros em multas.
Além disso, teme-se que o tráfego ponha em risco competições como a maratona, que será realizada no centro da cidade. O relatório de avaliação da estratégia meio ambiental da Olympic Delivery Authority (ODA), encarregada das obras, revela que se esperam importantes descumprimentos das normas europeias em Londres, devido ao intenso trânsito de veículos. Os níveis de partículas poluentes neste momento, em Londres, superam o limite legal na cidade, que poderá ter que pagar uma multa de 337 milhões de euros no final deste ano, se não conseguir uma redução.
Pequim proibiu mais de 1 milhão de veículos de circularem na cidade durante a realização dos Jogos de 2008 e até fechou algumas fábricas, diante da preocupação com a saúde dos atletas. Por enquanto, a secretaria que cuida do transporte na capital britânica e o Ministério de Transporte britânico descartaram tomar medidas dirigidas à redução dos níveis de poluição. (Fonte: Portal iG)