Com velas, flores e faixas, centenas de pessoas fizeram um protesto na manhã deste domingo (15) contra a chacina de animais, encontrados mortos ao longo desta semana no Morro São Bento, em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).
Cerca de 400 pessoas compareceram à manifestação, de acordo com as ONGs organizadoras do evento. A Guarda Municipal estima que foram 200 manifestantes.
Os primeiros animais mortos apareceram há uma semana e já chegam a 48 vítimas – neste domingo, outros três gatos foram encontrados. Com isso o número de animais mortos chega a 41 felinos, uma cadela e seis gambás, todos por envenenamento.
A administração do zoológico chegou a declarar nesta semana que teme que o envenenamento atinja também os animais silvestres – o Bosque e Zoológico Fábio Barreto fica dentro da área de reserva do Morro São Bento.
O local é conhecido na região como ponto de abandono de gatos, que são cuidados por voluntários que deixam água e ração no bosque para os bichos se alimentarem.
No protesto de domingo, os manifestantes pediram mais fiscalização para evitar o abandono, campanhas de conscientização para posse responsável e de castração dos animais.
Eles também cobravam o cumprimento de um acordo feito com a prefeitura em 2006 para a instalação de câmeras de segurança na área e a presença de guardas municipais, para coibir o abandono.
Na época, as ONGs recolheram e doaram cem gatos que viviam no bosque. A contrapartida da prefeitura, para evitar a superpopulação de felinos no local, não foi feita, de acordo com Ana Claudia Vicente, presidente da ONG Cãopaixão.
“Queremos políticas públicas para controlar a população animal e lembrar que quem abandona os animais aqui, os deixam para a morte”, diz a presidente da AVA (Associação Vida Animal), Maria Cristina Dias.
A diretora-adjunta da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Ribeirão Preto, Sandra Maria da Silva, lembrou que o abandono é crime federal e que as pessoas que o fazem devem ser punidas.
Agora, Maria Cristina disse que vai encaminhar documentos para as autoridades responsáveis cobrando ações efetivas para evitar o abandono. (Fonte: Elida Oliveira/ Folha.com)