O governo da China reconheceu nesta quarta-feira (18) que a controversa usina hidrelétrica de Três Gargantas, além de benefícios, gerou grandes problemas, exigindo medidas de proteção ambiental e geológica.
O Conselho de Estado chinês, principal órgão executivo do país, afirma que planeja adotar medidas para lidar com as dificuldades geradas pela hidrelétrica.
A barragem de Três Gargantas, a maior do mundo, custou quase US$ 40 bilhões (R$ 64 bilhões). A sua construção fez com que várias cidades, campos e sítios históricos ficassem submersos. Mais de 1,2 milhão de pessoas foram obrigadas a se mudar.
Segundo o correspondente da BBC para a Ásia Paddy Clark, os problemas em torno de Três Gargantas foram discutidos em uma reunião do Conselho de Estado, chefiada pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.
Uma declaração emitida após a reunião afirma que há a necessidade urgente para proteção ecológica, a prevenção de desastres geológicos e a realocação adequada dos moradores que perderam suas casas.
O comunicado diz ainda que existem problemas de transportes, irrigação e abastecimento de água abaixo do rio Yang-Tse, onde está localizada a barragem da usina.
A ativista ambiental Dai Qing, que se opôs ao projeto da usina, disse que os danos causados pela barragem são irreversível em alguns casos, e em outros, exigem enormes quantias de dinheiro para serem revertidos.
“A ameaça mais séria é a dos desastres geológicos. Agora que a barragem está construída, nenhuma quantia de dinheiro pode consertar o problema. Ele fundamentalmente não pode ser resolvido”, disse a ativista à agência Reuters. (Fonte: Portal iG)