As negociações climáticas que ocorrerão na África do Sul no fim deste ano podem não resultar em um novo pacto para reduzir as emissões de CO2, entretanto, será importante para determinar os esforços a longo prazo no combate às alterações climáticas, afirmou nesta terça-feira (2) um oficial das Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo Adrian Macey, oficial sênior da ONU, o futuro do Protocolo de Kyoto é visto sob ameaça. O plano, que obriga 40 países industrializados a cortar as emissões de gases de efeito estufa até 2012 deve não ter mais a participação de países como Japão, Canadá e Rússia se os Estados Unidos continuarem a não aceitar o acordo. Para ele, a lacuna entre Kyoto e uma nova forma de reduzir as emissões é inevitável.
“É muito cedo para pensar no resultado de Durban (cidade sul-africana que abrigará a COP-17), pois as expectativas não são altas neste momento”, afirmou Macey durante conferência do clima que ocorre na Nova Zelândia.
“Mas minha visão é que, aconteça o que acontecer, os 191 países não vão abandonar os esforços da ONU de desenvolver uma ação global a longo prazo contra a mudança climática. Ficou claro que o encontro de Durban será uma transição para uma arquitetura mais viável nas negociações a longo prazo”, afirmou.
Sem acordo – Em reunião que antecede a Conferência das Partes da África do Sul, o ministro da Nova Zelândia para mudanças climáticas, Tim Groser, afirmou que a comunidade global está aceitando a realidade de que não haverá acordo no próximo encontro.
As negociações teriam falhado devido ao abismo entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento na questão sobre quem deve arcar com o ônus de reduzir as emissões que alimentam o aquecimento global.
A intransigência ocorre nas negociações que incluem as emissões da aviação, do transporte marítimo e também na gestão dos mercados de carbono.
Os cientistas dizem que o tempo está acabando para o mundo chegar a um acordo sobre os cortes de CO2 para evitar a elevação da temperatura do planeta em 2ºC, considerado o limite para a perigosa mudança climática. (Fonte: G1)