A preocupação com a invasão de pescadores profissionais, com o risco de esgotamento dos estoques de peixes e com a matança de peixes-bois levou as comunidades ribeirinhas do município de Silves (a 203 quilômetros de Manaus) a propor a criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Sacará-Piranga.
A proposta de criação foi apresentada em 2008, mas conflitos entre as comunidades provocaram o atraso no decreto da RDS. O projeto, contudo, volta a ser discutido a partir desta sexta-feira (12), em reunião entre representantes das comunidades, do Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc) e do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).
A coordenadora regional do GTA Médio Amazonas, Rozileuza Rodrigues, explicou que a reunião desta sexta-feira vai retomar o processo de criação da RDS, por meio de novas consultadas às 17 comunidades.
“Já foram feitos vários estudos, oficinas de esclarecimentos, mas algumas comunidades entraram em conflitos internos. Por isso é preciso recomeçar as discussões”, disse.
Conforme Rozileuza, as comunidades favoráveis à criação da RDS Saracá-Piranga defendem a medida para fortalecer o manejo das atividades já desenvolvidas no local, como agricultura, artesanato e pesca.
Rozileuza disse uma das grandes preocupações dos ribeirinhos é com preservação dos lagos e com as ameaças contra o pirarucu e o peixe-boi, duas espécies ameaçadas de extinção.
“Inicialmente, havia a preocupação com a pesca do pirarucu. Com o tempo eles começaram a presenciar a matança de peixe-boi na região também, praticada por pescadores de fora das comunidades e por pessoas de dentro que ainda não têm consciência ambiental”, disse.
A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável (SDS) disse que representantes do Ceuc participarão da reunião desta sexta-feira para retomar as discussões sobre o processo de criação da reserva. Eles vão ao locar para saber se as comunidades entraram em acordo. (Fonte: A Crítica/AM)