Em menos de três meses a população fluminense vai voltar a dividir as ruas da cidade com os equipamentos de UBV (ultra baixo volume), conhecidos popularmente como fumacê, veículos que borrifam um inseticida no ar capaz de eliminar mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue. O superintendente de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Márcio Garcia, confirmou nesta quinta-feira (6) que os quarenta carros equipados com a tecnologia estarão circulando por todo o município, durante o verão, que começa no dia 21 de dezembro.
Garcia lembra, porém, que o uso desses equipamentos têm objetivos específicos. “Isso vai permitir cobrir toda a área do município se houver a indicação técnica para uso do carro. O fumacê tem o objetivo, principalmente, de contenção da transmissão de casos [de dengue], já que ele elimina o mosquito na fase adulta”, explicou.
Por essas características, o uso do fumacê se limita ao período do verão, quando o mosquito prolifera. Com as estimativas apresentadas por especialistas em saúde pública, que apontam a possibilidade de uma das maiores epidemias de dengue na próxima estação, a preocupação com a prevenção da doença ganha reforço. O número de agentes de saúde, que fazem visitas de inspeção nos imóveis da cidade, dobrou. Ainda assim, os 3,6 mil profissionais que estão nas ruas para auxiliar a população ainda se deparam com desafios como acesso a alguns imóveis que estão fechados.
“Temos 421 imóveis candidatos à entrada forçada. São processos em andamento. Alguns proprietários foram notificados uma vez, outros, duas ou três vezes”, afirmou o superintendente de Vigilância em Saúde. Garcia explicou que após três tentativas, com intervalo de 15 dias entre elas, a secretaria publica um informativo de entrada forçada no Diário Oficial do Estado e viabiliza a vistoria do imóvel. Segundo ele, nos próximos dias, serão definidos e publicados os procedimentos e valores das multas que podem ser pagas por esses proprietários, se continuarem ignorando as notificações da prefeitura.
Márcio Garcia explicou que esses imóveis estão espalhados por todo o município, mas, historicamente, os agentes declaram mais dificuldades em regiões específicas da capital. “Por exemplo, na Ilha do Governador [zona norte] que tem algumas casas de veraneio. Outros imóveis de difícil acesso estão na zona oeste: ou as pessoas não estão em casa porque trabalham todo o dia ou também são casas de veraneio. Mas o problema está no Rio todo.”
De acordo com os cálculos da secretaria, mais de 80% dos criadouros do mosquito estão dentro de imóveis, além disso, a maioria das pessoas que registra a doença descobre a existência de focos em suas próprias casas. (Fonte: Carolina Gonçalves/ Agência Brasil)