Governo de Fukushima pede que reatores nucleares sejam desativados

O governador de Fukushima pediu ao governo central japonês e à Tokyo Electric Power Co (Tepco) nesta quarta-feira (30) que desativem todos os reatores nucleares localizados na província, enquanto a crise na usina da operadora continua.

Tal medida eliminaria mais de metade da capacidade de geração de energia nuclear da Tepco, no momento em que as operadoras estão tentando restaurar a confiança pública na energia atômica após o vazamento de materiais radioativos da usina de Fukushima Daiichi, desencadeado pelo terremoto e tsunami de 11 de março.

“Decidimos apresentar claramente em nosso plano de reconstrução que exigimos que a operadora da usina nuclear e o governo central desativem todos os reatores em nossa província”, disse o governador Yuhei Sato, segundo declaração de uma autoridade da província em uma coletiva de imprensa.

A Tepco, que fornece energia para a capital Tóquio e áreas vizinhas, disse que desativaria os quatro reatores mais danificados na usina Fukushima Daiichi. Mas a companhia tem outros seis reatores na província, localizada cerca de 200 quilômetros ao norte de Tóquio, que gostaria de manter ativos quando sua reativação for aprovada.

A operadora é supervisionada pela agência de monitoramento do setor nuclear japonês, que tem um acordo com o governo provincial para que ele seja consultado sobre reatores atômicos localizados em seu âmbito.

Desligamento de usinas – A Tepco, única empresa de energia que opera usina nucleares em Fukushima, investirá 940 bilhões de ienes (US$ 12 bilhões) para desativar os quatro reatores de Fukushima Daiichi que estão atualmente em estado crítico. Esses custos poderão aumentar para mais que o dobro se a empresa for obrigada a abolir as outras seis unidades, que têm capacidade total para gerar 6.284 megawatts de energia.

Custos maiores poderiam afetar os planos do governo para tentar ajudar a operadora a pagar compensações pelos danos causados com a crise nuclear e também resultar em aumento das contas de eletricidade.

A crise obrigou o Japão a rever sua política energética e levantou questões sobres como as autoridades do governo e a indústria irão lidar com a perspectiva de cortes de energia que poderão se estender até 2012. (Fonte: G1)