O contra-almirante Marcos José de Carvalho Ferreira, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, responsável por gerenciar o Programa Antártico Brasileiro, afirmou nesta quarta-feira (29) que a intenção do governo brasileiro é reiniciar parte dos trabalhos de pesquisa na base já no próximo verão antártico, que inicia em novembro. No último sábado (25), a Estação Antártica Comandante Ferraz foi destruída por um incêndio.
“A ideia inicial é construir uma estrutura, que não é a estação, mas que são módulos antárticos iniciais que possam no próximo verão abrigar pesquisas, abrigar o pessoal da Marinha com segurança, e também servir de canteiro de obras porque precisamos ter mais gente lá para preparar todo o terreno lá e termos gente para construir a nova estação”, afirmou o almirante.
Carvalho Ferreira participou na tarde desta quarta de uma reunião da Frente Pró-Antártica, formada por 130 parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado. Segundo o almirante, a equipe de engenheiros da Marinha que já está na estação tem o objetivo inicial de auxiliar nos trabalhos que investigam as causas do acidente. Segundo ele, o trabalho de reconstrução da base está tendo início em ações tomadas em Brasília.
“Hoje já tive uma reunião na Marinha para tratar deste assunto e elaborarmos uma estratégia, não só para reconstruir a estação, que é fundamental, mas para tomarmos medidas para que as pesquisas não sejam prejudicadas, não na sua totalidade, enquanto a estação não esteja pronta. Construir uma estação neste porte não é simples, muito menos na Antártica, onde só podemos trabalhar no verão”, disse.
De acordo com o almirante, o governo ainda não tem prazo para começar a retirada dos entulhos que ficaram com o acidente. “É muito material e certamente é um trabalho que vai tomar muito tempo”.
Recursos – Vice-presidente da Frente Pró-Antártica, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) afirmou que a frente negocia com o governo a edição de uma medida provisória no valor de R$ 40 milhões para auxiliar no recomeço dos trabalhos na base.
A deputada afirmou que a frente também negocia que cada parlamentar integrante do grupo destine uma emenda de R$ 500 mil ao Orçamento para auxiliar nos trabalhos de reconstrução da base.
“Queremos reforçar junto a presidente o envio imediato da MP para que possam ser iniciados os trabalhos o mais rápido possível”, disse a deputada.
O almirante afirmou que ainda não há uma estimativa de recursos totais necessários para a reconstrução da base, mas afirmou que, caso a Medida Provisória seja editada, será apenas um “valor inicial”.
“Este assunto do recurso, da medida provisória, está em negociação entre a Marinha e Ministério do Planejamento. De qualquer maneira, o recurso será aplicado da melhor forma naquilo que der para aplicar. Não sei quanto será [MP], mas se for [R$ 40 milhões] será uma primeira etapa”. (Fonte: Iara Lemos/ G1)