Em encontro realizado nesta terça-feira (7) na Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo), o secretário executivo da Comissão Nacional para a Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, disse ser possível que o documento final da conferência da ONU estabeleça oito objetivos de desenvolvimento sustentável.
Seguindo o modelo dos Objetivos do Milênio, esses oito pontos correspondem a metas que, neste caso, devem ser perseguidas pelos países no sentido de minimizar os impactos ambientais e promover o desenvolvimento social e econômico. Um desses objetivos, por exemplo, seria a redução das emissões de CO2 em 50% até 2050.
“Não é bom termos um número muito grande de objetivos”, disse o embaixador.
Devem fazer parte dos objetivos os temas da energia, da água, da erradicação da pobreza e da segurança alimentar.
O Brasil apoiará na Rio+20 o fortalecimento da área de meio ambiente nas Nações Unidas, mas não firmará posição sobre se isso deve ser feito por meio de mudança s no Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) ou com a criação de uma nova agência internacional para tratar do assunto.
“O Brasil tem uma postura completamente flexível nessa situação”, disse.
A alguns meses da conferência da ONU, que acontecerá no Rio de Janeiro de 20 a 22 de junho, os líderes estão divididos quanto ao papel que o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) deve ganhar após a Rio+20.
Europeus e africanos sugerem a criação de uma nova pasta internacional voltada a questões ambientais. Já os norte-americanos preferem que o Pnuma seja mantido. A decisão tem que ser consensual.
“A criação de mais empregos para diplomatas não é exatamente o que queremos como resultado, mas por outro lado facilitaria a atuação”, disse Figueiredo Machado, exemplificando alguns argumentos pró e contra a nova agência.
Código florestal – Questionado sobre debates atuais sobre ambiente que estão tramitando e criando polêmica no Brasil, como o novo Código Florestal que se refere ao manejo florestal brasileiro, Machado disse que não é possível agradar a maioria.
“O Código Florestal é um exemplo do que acontece em uma democracia”, disse. (Fonte: Folha.com)