O diretor executivo da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, Brince Lalonde, participou, nesta quinta-feira (22), do primeiro dia do III Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus. O ex-ministro de Meio Ambiente da França descartou o possível esvaziamento da Rio+20, previsto por diversos ambientalistas, e afirmou acreditar que o Brasil se destacará durante a conferência. “O Brasil será o principal líder da Rio+20”, afirmou.
Para Lalonde, a Rio+20 vai resultar em ações mais práticas de combate à maneira predatória de desenvolvimento utilizada atualmente. “Muitos políticos discutem de forma acadêmica, nos últimos 30 anos, como sair de um modelo de desenvolvimento que não seja medido pelo PIB [Produto Interno Bruto]. Nos próximos três anos, queremos uma solução acessível e simples para trabalhar. Isto é o que vai resultar da Rio+20”, declarou.
Em meio a diversas críticas de apresentar programação sem foco, consideradas pouco relevantes em um período de crise econômica como o atual cenário europeu, Brice Lalonde declarou não acreditar no possível esvaziamento da conferência Rio+20. “Eu acho que empresas e governos locais vão estar mais presentes na Rio+20 do que estavam na Rio-92. Os líderes do governo deverão estar lá, eles não têm outra opção. Existe uma pressão muito grande exercida pela população que força os líderes a se reunirem para discutir este assunto”, destacou.
O diretor da Rio+20 destacou que é impossível traçar planos de desenvolvimento sustentável em governos corruptos. “Isto não é possível. O item governança será um dos temas discutidos na Rio+20 e, por isso, vamos procurar debater maneiras práticas de combater a corrupção”.
Questionado sobre como a conferência pretende ajudar a Amazônia, Lalonde rebateu dizendo que a região não terá foco especial nos debates. “Relembro que Kennedy fez um discurso certa vez. Ele disse: Não pergunte o que você pode fazer pela América, pergunte o que a América pode fazer por você. Todo mundo quer ajudar a Amazônia. Temos dificuldades para manter a floresta em pé.
Precisamos ter tudo bem estabelecido. Se não houver uma lei mais rígida, você não consegue impedir o desmatamento. As emissões de CO2 estão crescendo, precisamos fazer cortes profundos. Vocês já começaram a fazer coisas por si mesmos. Se continuarem assim, vocês já tem a resposta”, afirmou. (Fonte: G1)