Representante do Pnud no Brasil diz que país deve promover a agricultura e proteger as florestas

O representante do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (Pnud), no Brasil, Jorge Chediek, disse nesta quinta-feira (29) que o país deve continuar promovendo a agricultura, porém sem se afastar da proteção às florestas. A declaração do coordenador-residente do Sistema Nações Unidas no Brasil foi dada a menos de dois meses para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e em meio aos debates sobre o novo Código Florestal.

“O importante é compatibilizar os dois interesses. O melhor é que a legislação brasileira mantenha o espírito dos últimos anos, ou seja, promova o desenvolvimento agrícola e ao mesmo tempo proteja esse extraordinário patrimônio natural”, Chediek participou hoje do 1º Encontro de Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, promovido pela Federação Nacional de Prefeitos (FNP).

Chediek elogiu o modelo de desenvolvimento do país. Ele disse que o Brasil chegará à Rio+20 como exemplo para outros países, por ter compatibilizado, em pouco tempo, crescimento econômico, melhoria das condições de vida da população, redução das desigualdades e matriz energética eficiente. “O Brasil pode mostrar para o mundo que é possível fazer desenvolvimento humano sustentável e que não é só um conceito teórico, mas que pode ser implementado”.

Apesar das avaliações positivas, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Tereza Campello, lembrou que o país ainda tem que enfrentar desafios mais complexos, como erradicar o “núcleo duro da pobreza”. A ministra lembrou, durante o encontro dos prefeitos, que existem 16 milhões de brasileiros que ainda vivem na miséria.

“É difícil chegar até essas pessoas, mas depende do Estado que essa população saia da pobreza, passando a ser beneficiada pelas políticas públicas, como o Bolsa Família”, disse a ministra ao pedir empenho dos prefeitos na identificação dessa população.

Tereza Campello também falou sobre a fatia da população que deixou a extrema pobreza brasileira e poderia ser incluída em um programa que o governo Federal mantém há mais de um ano. Tereza Campello explicou que o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) tem uma linha voltada para essa população, com 1 milhão de vagas disponíveis.

“Estamos pagando estas vagas e os municípios são os atores que vão nos ajudar a fazer essa mobilização. Muitos são adultos e poderiam estar fazendo essa qualificação profissional e com isso melhorar sua inserção no mercado, ter melhor emprego e renda”. (Fonte: Carolina Gonçalves/ Agência Brasil)