O Ministério Público Federal (MPF) em Marabá denunciou à Justiça Federal três moradores do assentamento Gameleira e o fazendeiro Josiel Cavalcante Silva por extração ilegal de madeira na terra indígena Suruí-Sororó, entre São Domingos e São Geraldo do Araguaia, no Pará.
No local vivem índios Aikewara e o desmatamento ilegal foi constatado em fiscalização da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) em junho do ano passado.
Segundo a denúncia do MPF, técnicos em um helicóptero do Ibama flagraram os acusados serrando a madeira extraída ilegalmente, ainda nas terras Suruí-Sororó. O procurador da República Tiago Rabelo, que assina o texto da denúncia, disse que Guilherme Gomes do Rego, um dos contratados, foi preso em flagrante. Durante investigação da Polícia Federal foram identificados outros dois envolvidos e o mandante do crime.
De acordo com o MPF, a madeira foi serrada pelos assentados “a mando do fazendeiro e pecuarista Josiel Cavalcante Silva, que pretendia utilizar a madeira para construir um parque de vaquejada na localidade conhecida como Vila Fortaleza, nas proximidades do Projeto de Assentamento Lagoa Bonita, em São Geraldo do Araguaia.”
O procurador da República informou ainda que todos os denunciados confessaram os crimes. O fazendeiro Josiel Cavalcante Silva afirmou ter contratado os assentados a R$ 6 a cada pranchão de madeira serrado. Eles foram acusados do crime de desmatamento ilegal e exploração de madeira em área indígena e podem ser condenados a até quatro anos de prisão.
O MPF deu prazo para que o governo do Pará apresente um cronograma executivo das ações para combater a exploração ilegal de madeira na região e redução de impactos viários na BR-153. O prazo se encerra em15 dias. (Fonte: G1)