Lixo pode ser usado para gerar energia elétrica em Minas Gerais por meio de tratamento térmico

Minas Gerais realizará uma nova tentativa para tentar cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina a extinção de todos os lixões até 2014. O Estado lançará em breve edital para transbordo, tratamento e disposição final do lixo de 46 municípios da Região Metropolitano de Belo Horizonte. 80% dos resíduos coletados serão utilizados para produção de energia e que 20% serão reciclados.

A empresa vencedora será responsável por gerenciar três mil toneladas de lixo produzidas pelos municípios que farão parte da Parceria Público-Privada (PPP). O tratamento térmico do lixo produziria 40 megawatts (MW). Essa quantidade é suficiente para abastecer uma cidade de 270 mil habitantes, ou as cidades de Nova Lima e Ibirité juntas. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a energia produzida por esse processo é verde, de fonte renovável e não polui o meio ambiente.

A maior parte dos países europeus, japoneses e americanos, segundo informações do jornal O Tempo, utiliza a queima direta de resíduos sólidos em usinas de alta tecnologia. A ideia era não apenas produzir energia a partir do lixo, como também diminuir o volume de resíduos sólidos. Cada 100 quilogramas (kg) de lixo tratado termicamente, podem ser reduzidos a cinco kg de cinzas. As cinzas restantes dos resíduos sólidos podem ser aproveitadas ainda como insumo para a pavimentação e na construção civil para construção de tijolos e pisos.

Segundo o professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Raphael Tobias de Vasconcelos, “as vantagens da incineração são a redução do volume aterrado e a economia com o transporte, já que as plantas podem ser localizadas dentro das cidades”. Vasconcelos lembra que é preciso um controle rigoroso para impedir que gases nocivos à saúde sejam emitidos. “A fórmula ideal é um sistema ‘a la carte’. Produzir menos lixo, reciclar parte do material e dispor de aterros para um volume mínimo possível de resíduo”, explica. (Fonte: Amda)