Cidades da Europa planejam se adaptar à mudança climática conforme os riscos se tornam mais severos, mostrou nesta quinta-feira (28) um relatório da organização de medição de emissões Carbon Disclosure Project (CDP) e a empresa de consultoria Accenture.
Os municípiois têm sido obrigados a planejar ações de defesa contra enchentes e escassez de recursos hídricos, além de garantir que novos edifícios forneçam resfriamento natural aos ocupantes e que os antigos prédios tenham eficiência energética.
O relatório pesquisou 22 cidades europeias, incluindo Amsterdã, Berlim, Istambul, Londres, Manchester, Moscou, Paris e Roma, sobre as suas emissões de gases e estratégias de mudança climática.
O resultado foi publicado menos de uma semana depois do término da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que terminou sem definir metas claras para fomentar a economia verde no mundo e deixou muitas pessoas convencidas de que os governos locais e as empresas terão de liderar os esforços para melhorar o meio ambiente.
Municípios em risco – A pesquisa descobriu que 17 das 22 cidades europeias estudadas, ou 77%, completaram ou quase completaram as avaliações de risco para entender como a mudança climática vai afetá-las. Dezoito delas disseram que enfrentam “riscos significativos” da mudança climática, e 54% delas enxergam esses riscos como “severos” ou “muito severos”.
Devido aos impactos, as cidades têm buscado desenvolver planos adaptativos. Segundo o relatório, 14 das cidades pesquisadas já possuem um plano de adaptação em vigor, enquanto outras duas estão desenvolvendo projetos.
“As cidades europeias estão demonstrando liderança e a melhor prática na gestão da mudança climática em nível local”, disse o chefe do programa de cidades do CDP, Conor Riffle.
“O relatório mostra que outras cidades podem se beneficiar implementando estratégias similares, como a medição anual e relato de emissões de gases do efeito estufa”.
Emissões de gases – As emissões globais de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases que provocam o aquecimento global do planeta, atingiram o recorde de alta no ano passado, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE).
De acordo com o estudo divulgado nesta quinta, 86% das cidades europeias analisadas estabeleceram uma meta de redução das emissões. Baseado nos últimos números fornecidos por quatro cidades ao CDP, as emissões de Londres caíram 3,6%, para 43,4 milhões de toneladas de CO2 equivalente em 2010 com relação a 2008, e as de Copenhague caíram 5,2%, para cerca de 2,5 milhões de toneladas em 2010 com relação a 2009.
As emissões de Berlim subiram 4,1%, para mais de 20,7 milhões de toneladas de emissões de CO2 em 2008 com relação a 2007, e as de Roterdã cresceram 6% em 2010, para 29,6 milhões de toneladas com relação a 2009.
“O crescimento populacional, a atividade econômica, os padrões meteorológicos e outros fatores que estão fora do controle direto do governo da cidade podem dificultar, se não tornar impossível, mostrar reduções estáveis nas emissões”, disse o relatório. (Fonte: G1)