Mesmo com pouco mais de um mês à frente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o engenheiro químico Volney Zanardi responde prontamente às críticas e às denúncias sobre o sucateamento do órgão e os problemas de estruturação da carreira de servidores. Segundo ele, entre 2008 e 2011, o Ibama investiu mais de R$ 30 milhões em obras e reformas das unidades descentralizadas nos estados.
O investimento beneficiou unidades do Ibama em capitais e no interior de pelo menos 11 estados, como o Acre, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Piauí e Goiás, além do Distrito Federal. “O Rio de Janeiro vai receber agora R$ 2,5 milhões para restruturação do prédio na capital. Todo órgão descentralizado como o Ibama enfrenta alguma dificuldade desse tipo”, disse ele.
Zanardi explicou que, em muitos casos, apesar de disponibilizar de investimentos, as unidades descentralizadas não conseguem elaborar projetos para a execução das obras, como foi o caso de Mato Grosso. “Mandamos recursos e eles não conseguiram fazer a licitação. Agora, mandamos novamente recursos e um engenheiro e um arquiteto. Como não temos todas as competências em todos os lugares, vamos mandar uma força-tarefa”, disse ele.
Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o presidente do Ibama acrescentou que não tem recebido qualquer reclamação em relação aos insumos e equipamentos usados nas operações de fiscalização realizadas pelo órgão, como veículos, helicópteros e combustível.
Ainda, segundo Zanardi, a questão orçamentária não é uma preocupação da presidência do Ibama. A aposta do engenheiro é a de que o órgão entregue “muito mais serviços, com os recursos que detêm, desde que tenha uma melhor gestão”.
“Somos um órgão de serviço e não um órgão de obras. Não somos um órgão que vai fazer estradas e pontes. Temos nossas peculiaridades que é manter nossas sedes, nossas superintendências, precisamos de recursos para procedimentos, pessoal qualificado, capacitação, sistemas que não são baratos, mas não dá para comparar com o preço de uma hidrelétrica”, exemplificou.
Em julho, o presidente do órgão ambiental terá quatro encontros com dirigentes das unidades descentralizadas do Ibama. As reuniões serão divididas por regiões quando serão discutidos, desde orçamento, planejamento das superintendências em relação aos licenciamentos, fiscalização, e questões relacionadas à fauna e flora. (Fonte: Carolina Gonçalves/ Agência Brasil)