Técnica para explorar xisto gasoso pode contaminar aquíferos, diz estudo

A técnica de exploração de gás natural chamada de fraturamento hidráulico pode representar um risco a fontes de água potável existentes em camadas rochosas, afirma um estudo publicado nesta segunda-feira (9) na revista da Academia Americana de Ciências, a “PNAS”.

Segundo o estudo, a existência de canais naturais subterrâneos poderia conduzir naturalmente o xisto em estado gasoso e a água salgada para os aquíferos, contaminando-os.

A pesquisa elaborada por estudiosos da Duke University analisou níveis de salinidade em uma área da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e verificou uma ligação natural entre vários depósitos de gás de xisto situados a 1,6 km de profundidade.

O fraturamento hidráulico é a injeção em alta pressão de grandes quantidades de areia e água, com componentes químicos, nas camadas rochosas para liberar o gás aprisionado. Esta técnica é indicada por ambientalistas como responsável pela contaminação de aquíferos e do ar.
Seus defensores afirmam que não há riscos para as águas subterrâneas, já que os campos de gás estão bem abaixo das reservas aquíferas.

Vestígios de uma futura contaminação – Foram verificadas 426 nascentes de água encontrados próximo à jazida chamada Marcellus, no nordeste da Pensilvânia. Os pesquisadores não encontraram qualquer contaminação procedente das atividades de fratura, porém, a presença de altos níveis de salinidade naquela área deu indícios de possíveis consequências graves devido à exploração.

“Isto significaria que o abastecimento de água potável no nordeste da Pensilvânia pode ser contaminado por gás que pode escapar do poço de exploração de xisto”, disse Avner Vengosh, um dos autores do estudo.

Os Estados Unidos anunciaram no fim de 2011 que vai estabelecer normas nacionais até 2014 para retirada de águas residuais provenientes da perfuração em poços de gás natural, já que é crescente a preocupação com a poluição da água devido a esta atividade. (Fonte:G1)