Os pinguins que estão chegando sujos de óleo ao Rio de Janeiro desde o início do mês – são cerca de 200 – vão ajudar o Ibama a descobrir se há vazamentos de óleo não identificados ou que não tenham sido notificados no mar.
Exames de laboratório em penas de dois animais coletados pelo órgão tentarão identificar o que se chama de “DNA do petróleo”, ou seja, características que permitam determinar de qual área de exploração veio o material.
“Todos os anos observamos isso. É importante descobrir se esse petróleo é de alguma plataforma ou é combustível de algum navio. Nosso objetivo é tentar identificar as empresas responsáveis e saber como suas atividades estão impactando a vida desses animais”, disse Glécia Trinta, analista ambiental do Núcleo de Fauna do Ibama.
Sobreviventes – Os pinguins são da espécie Magalhães, natural da Patagônia (região no extremo sul do continente) e foram encontrados na orla do Estado – metade deles, já mortos.
Os cerca de 100 animais sobreviventes foram levados por ambientalistas e bombeiros ao Centro de Recuperação de Fauna de Animais Silvestres, na Faculdade de Veterinária da Estácio, em Vargem Pequena, na zona oeste.
Na terça-feira (17), aproximadamente 50 desses pinguins sobreviventes eram tratados no centro. Dezessete deles já estão em boas condições de saúde e devem ser levados em um voo da FAB para o Centro de Recuperação de Animais Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. De lá, serão soltos em alto-mar.
De acordo com Jeferson Pires, veterinário responsável pelo tratamento das aves, é comum o surgimento destes animais no litoral brasileiro durante esta época do ano.
“De quatro em quatro anos ocorre um boom de pinguins por causa do ciclo de procriação da espécie, que segue para o alto-mar em busca de alimentos e acaba sendo arrastada pela correnteza até chegar ao Brasil”, afirmou. (Fonte: Diana Brito/Folha.com)