Cientistas americanos tentaram medir o impacto da rápida expansão das áreas urbanas sobre as mudanças clímaticas. Os resultados da pesquisa aparecem na atual edição da revista “Nature Climate Change”.
Segundo um documento da Organização das Nações Unidas (ONU) chamado “Revisão de 2011 sobre as Perspectivas Mundiais de Urbanização”, a população das cidades deve ganhar mais de 2,5 bilhões de habitantes até 2050. E essa ampliação acentuada no número de moradores das metrópoles vai transformar muitas paisagens naturais.
Os autores, da Universidade Estadual do Arizona e do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos EUA, analisaram o chamado “Sun Corridor” do Arizona, uma megalópole que inclui quatro regiões metropolitanas (Phoenix, Tucson, Prescott e Nogales) e reúne mais de 85% da população do estado, mesmo em um ambiente semi-árido.
Por meio de um modelo climático, os pesquisadores chegaram à conclusão de que essa área – a que mais cresce em todo o país – pode enfrentar uma elevação de até 4° C no verão nos próximos 38 anos, como resultado do desenvolvimento urbano e do aumento dos gases de efeito estufa. Até 2040, a região deve concentrar mais de 9 milhões de pessoas.
No melhor cenário possível, em que foi projetada uma urbanização em menor escala, ainda é esperado um aquecimento de 2° C.
Outro experimento dos cientistas avaliou o que aconteceria se o telhado de todos os prédios fosse pintado de branco, para refletir mais a luz do sol. A medida seria capaz de reduzir o calor pela metade, mas não conseguiria conter os danos às fontes de água, por exemplo.
Segundo o principal autor do trabalho, Matei Georgescu, a adoção de políticas sustentáveis precisa se estender além do controle dos gases estufa, e focar também no impacto sobre a temperatura da Terra e os recursos hídricos. (Fonte: Globo Natureza)