O Estado de São Paulo e a Província de Ontário, no Canadá, como muitas regiões do mundo em que atividade industrial intensa vem ocorrendo há muito tempo e grandes contingentes populacionais residem, enfrentam com frequência problemas sérios de contaminação de solo sob a superfície.
Tal situação pode prejudicar mananciais de água ou ameaçar diretamente a saúde de pessoas que moram ou trabalham em edifícios construídos sobre essas áreas.
Assim, o projeto de cooperação entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Toronto para pesquisa sobre recuperação de solo e água – celebrado dentro do acordo entre FAPESP e Universidade de Toronto e apresentado por alguns de seus responsáveis na FAPESP WEEK 2012 – se reveste de grande importância social.
Cláudio Augusto Oller do Nascimento, da Escola Politécnica da USP, e Brent Sleep, do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Toronto, mostraram várias possibilidades de trabalho em comum entre as duas escolas e especificamente entre o Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente (Cepema) e o Centre for Applied Bioscience (Biozone), onde trabalham.
Uma delas é a possibilidade de os brasileiros conhecerem melhor as técnicas de recuperação em que os canadenses se especializaram, como a tecnologia conhecida como Nanoscale Zero Valent Iron (nZVI), que vem sendo usada com sucesso especialmente no tratamento de terrenos e águas contaminadas com pesticidas e solventes.
Os dois centros utilizam técnicas de oxidação química e biorremediação. Mas como as características de solo dos dois países são muito diferentes, os dois lados se mostram animados com as possibilidades de descobertas que venham a ocorrer a partir da aplicação das técnicas em terrenos tão diversos. A elaboração de modelos computacionais de processos ambientais em conjunto é outro ponto que entusiasma os pesquisadores das duas entidades.
De imediato, o que se pretende fazer são intercâmbios de curta duração para estudantes canadenses e brasileiros e um simpósio sobre tecnologias de recuperação de solo e água. Concomitantemente, os pesquisadores dos dois países vão desenvolver projetos em colaboração para a aplicação de tais tecnologias para serem realizados nos próximos anos. (Fonte: Agência Fapesp)