Expansão da Ásia deixa região mais vulnerável a catástrofes, diz estudo

O crescimento da Ásia aumenta sua vulnerabilidade a catástrofes naturais, afirma a Comissão Econômica e Social para a Ásia e o Pacífico (Cesap, agência da Organização das Nações Unidas), em relatório divulgado nesta terça-feira (23).

As perdas econômicas provocadas por catástrofes se multiplicaram por 16 desde 1980, enquanto que o Produto Interno Bruto (PIB) foi 13 vezes maior no mesmo período, enfatiza a agência da ONU, que pede ao continente que comprometa recursos adequados para a redução dos riscos.

A Cesap enfatiza, em particular, a urbanização fulgurante da Ásia, que possui litoral e planícies muito afetadas pelas catástrofes naturais. “A parte da população urbanizada na Ásia passou de 17% em 1950 a 44% em 2010 e provavelmente chegará a 64% em 2050. Entre as 305 aglomerações que passaram pelo censo na Ásia-Pacífico, 119 se encontram em regiões costeiras”, recorda a Comissão.

A região é a mais afetada no planeta por desastres da natureza. Cerca de dois milhões de pessoas perderam a vida entre 1970 e 2011, 75% do total das vítimas no mundo. As perdas econômicas chegaram a 294.000 dólares em 2011, 80% do total mundial.

Os dados foram apresentados por ocasião da conferência interministerial sobre a redução de riscos, realizada em Yogyakarta, na Indonésia.

Quanto menor a infraestrutura, pior o impacto – Outra análise divulgada recentemente por cientistas da empresa britânica de riscos Maplecroft também confirma uma maior vulnerabilidade de países asiáticos a catástrofes naturais. Eles avaliaram 197 países, que classificaram em função do impacto dos desastres naturais na sua economia.

O estudo expõe a limitada preparação e a pequena capacidade de reação dos países asiáticos. Bangladesh aparece como o país mais vulnerável, seguido das Filipinas, da República Dominicana e de Mianmar, que são todos “de risco extremo”. A lista dos mais vulneráveis inclui Índia, Vietnã e Laos, todos na Ásia. Em seguida, no ranking, estão Haiti e Nicarágua, situados na América Central.

O “atlas” dos riscos que podem surgir de acidentes naturais mostra que, à medida em que a infraestrutura de um país é ruim e seu governo é frágil, maior será o impacto de uma catástrofe ambiental. (Fonte: Globo Natureza)