Restam aproximadamente 6.600 orangotangos na ilha de Sumatra. Os orangotangos, que antigamente habitavam toda Sumatra, hoje vivem apenas em bolsões de floresta no extremo norte da ilha.
Um estudo genético revela agora que a população dos bolsões não está tão isolada quanto parece, e o intercruzamento entre as populações dos bolsões, separadas por rios e montanhas, acontece.
A proteção dos corredores existentes entre essas populações de número reduzido é importante para garantir a sobrevivência da espécie, afirmou Alexander Nater, biólogo evolutivo da Universidade de Zurique e principal autor do estudo.
“É importante para a garantia de sobrevivência no futuro que todos os orangotangos de Sumatra ajam como uma população grande”, afirmou.
A pesquisa está relatada no periódico The Journal of Heredity e foi parte da tese de doutorado de Nater no Instituto e Museu de Antropologia da Universidade de Zurique.
Os orangotangos de Sumatra constroem novos abrigos para dormir todas as noites e os pesquisadores escalaram árvores para obter amostras de pelo nos abrigos abandonados. Eles usaram os pelos, juntamente com amostras de sangue e fezes, para analisar a genealogia desses primatas.
Por meio da análise do DNA mitocondrial eles obtiveram o estudo da linhagem materna e descobriram que as fêmeas sempre habitam próximo às mães.
Os microssatélites autossômicos (segmentos de DNA altamente repetitivos herdados do pai e da mãe) revelaram mais sobre a linhagem paterna. Os pesquisadores descobriram que é o macho que percorre rios e montanhas e acasala com fêmeas de fora de sua população.
Embora o comportamento do macho de ultrapassar o limite dos bolsões e contribuir com a diversidade genética seja benéfico, o desmatamento continua sendo uma ameaça para a espécie.
A área é ideal para o plantio de óleo de palma e as empresas têm muito interesse no uso da terra de floresta, da qual os orangotangos dependem, afirmou Nater. (Fonte: Portal iG)