Governo amplia monitoramento em áreas de risco a partir de março

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, esteve na manhã desta sexta-feira (21) nas instalações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em Cachoeira Paulista (SP), para a assinatura de compra de 1.100 aparelhos pluviômetros que devem auxiliar o Centro a monitorar áreas de risco em todo o país a partir de março do próximo ano.

Desde 2011, o Cemaden já trabalha na prevenção de catástrofes utilizando radares meteorológicos e dados de estações de outros órgãos, já em funcionamento pelo país. “Com a ampliação da nossa rede será possível, por exemplo, monitorar o nível de água no solo e dizer se estes níveis estão próximos do limite. Esses pluviômetros são fundamentais para um sistema de informação mais realista possível”, diz Raupp, que classificou o programa como estratégico para o país.

Os dados observados pelo Cemaden geram relatórios transmitidos para o Centro de Defesa Civil em Brasília e são imediatamente encaminhados como alertas para os órgãos e comunidades das áreas afetadas. A ideia é implantar a cultura de prevenção de desastres na população que vive nestas áreas. “Se o cenário for de risco para chuvas extremas, há condições de emitir um alerta até um dia antes do evento meteorológico. O desastre natural não se pode combater”, diz Agostinho Ogara, diretor do Cemaden.

A meta do Cemaden é reduzir em 80% o número de vítimas em desastres naturais nos próximos quatro anos. “Todo verão é de muita chuva e com episódios de desastres. Este também é para se preocupar e não é pouco. Temos cada vez mais problemas neste período de chuva, sempre na área que vai do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo. Para evitar esses episódios é que foi criado o Cemaden”, diz Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, também presente em Cachoeira Paulista nesta sexta.

Aparelhos chegam em março – O monitoramento detalhado só deve estar em operação no final da estação. “Os aparelhos começam a chegar em março. As áreas mais críticas, como áreas da Serra da Mantiqueira, região serrana do Rio de Janeiro e Vale do Itajaí em Santa Catarina, terão prioridade, mas nós temos a necessidade de observar as deficiências em todo o país. Todos os aparelhos devem estar instalados até 2014”, afirma Agostinho Ogara.

A licitação dos pluviômetros foi vencida pela Squitter Equipamentos Profissionais, empresa nacional com sede em São José dos Campos. Os aparelhos serão fornecidos pela empresa diretamente ao Cemaden, que mapeia as áreas que devem receber o aparelho. “Essas áreas devem oferecer uma infraestrutura para que o aparelho não seja danificado e tenha condições de enviar os dados em tempo real para Cachoeira Paulista”, diz Ogara.

Os 1.100 pluviômetros ainda não têm áreas específicas para instalação. Segundo o Cemaden, órgãos governamentais e organizações comunitárias podem se cadastrar no site da instituição para abrigar os aparelhos. Ainda em 2013, o Cemaden deve instalar nove radares meteorológicos para o país. A compra foi realizada na última semana.

Segundo Carlos Nobre, as instalações dos novos equipamentos vão aumentar o poder de monitoramento do Cemaden. “Em outros estados, como os da região nordeste, o Centro vai monitorar a seca no semi-árido”, diz Nobre.

Atualmente o Cemaden monitora 18 municípios em São Paulo, sendo três no Vale do Paraíba (Campos do Jordão, Caraguatatuba e Ubatuba). No Rio de Janeiro, além da capital, são monitorados os municípios da região serrana e a cidade de Angra dos Reis, no litoral. (Fonte: Renato Ferezim/G1)