Duas espécies de focas encontradas no Ártico foram incluídas em uma lista de animais em risco de extinção mantida pelos Estados Unidos, informa o órgão americano responsável pelos mares e pela atmosfera, o NOAA.
Segundo o NOAA, a foca anelada (Pusa hispida) e a foca-barbuda (Erignathus barbatus) foram reconhecidas oficialmente como em risco devido à perda de habitat pelo derretimento do gelo no Oceano Ártico. Os ursos polares já integravam a lista, informou uma nota do órgão nesta sexta-feira (21).
A Lei de Espécies Ameaçadas de Extinção dos EUA, que define uma lista de animais nestas condições que requerem cuidados especiais para sua preservação, diz que uma espécie em risco “é qualquer espécie que possivelmente se tornará ameaçada em um futuro próximo, em todo seu habitat ou em uma porção significativa dele”. Portanto, as espécies de focas estão a um degrau de serem consideradas em grande ameaça de extinção, diz o NOAA.
A decisão não vai resultar em restrições imediatas a ações humanas, como caça ou pesca de subsistência realizada por nativos no Alasca, diz o órgão dos EUA.
No entanto, fundos federais que financiem projetos com potencial para atingir as espécies de focas devem ser revistos. A medida visa garantir proteção às focas, segundo o NOAA.
Degelo no Ártico – “Nossos pesquisadores revisaram extensamente as melhores informações científicas sobre o assunto. Eles concluíram que houve redução significativa no gelo oceânico [do Ártico] e que esta mudança deve atingir a população de focas”, disse o diretor de proteção ambiental do NOAA para o Alasca, Jon Kurland, em entrevista ao site da instituição.
O órgão federal espera trabalhar em conjunto com o estado do Alasca e com comunidades nativas da região para “identificar regiões em que houve perda crítica de habitat para as duas espécies de focas”.
As mudanças climáticas que aceleraram o degelo no Ártico afetaram também a formação de neve ao longo do ano, o que deve atingir em cheio as focas aneladas, já que elas “protegem e cuidam de seus filhotes em cavernas de gelo na região”, diz o NOAA. (Fonte: Globo Natureza)