Estudos demonstram tolerância e empatia entre espécies de macacos

Dois estudos publicados nesta quinta-feira (28) mostraram que em termos de cooperação social e empatia, duas espécies de primatas dão um banho no ser humano. Os babuínos gelada ( Theropithecus gelada ), da África, usa o mesmo truque seguido por humanos e orangotangos de repetir expressões faciais para estabelecer cumplicidade com outros indivíduos, enquanto os macacos vervet ( Cercopithecus aethiops), também da África, dão uma aula de paciência e tolerância com o próximo.

No estudo com os vervet, os pesquisadores da Universidade de Estrasburgo, na França desenvolveram um experimento onde uma única fêmea de baixa hierarquia foi treinada para abrir um recipiente com uma grande quantidade de alimentos. Isto só poderia ser feito quando outros macacos dominantes ficassem fora de um círculo imaginário. Todos os animais tinham que descobrir as regras e mostrar suficiente moderação para segui-las. Como resultado, os vervets trabalharam juntos e os líderes não demostraram o que fazer nem puniram o comportamento não cooperante.

“O problema não é quem pega o alimento primeiro, mas permitir que a fêmea de baixa hierarquia possa abrir o recipiente. Ela quer que os animais dominantes fiquem a uma distância específica para que ela possa abrir a caixa e tenha a chance de pegar algum alimento. Lembrando que os vervets pode colocar rapidamente um monte de alimentos na boca”, disse Ronald Noe, autor do estudo publicado no periódico científico Current Biology .

Macaco olha, macaco ri – O outro experimento, feita com os geladas e realizado por pesquisadores da Universidade de Parma, na Itália, mostrou que estes animais também comunicam vários sentimentos e criam relações entre os indivíduos ao imitar expressões faciais de modo rápido e involuntário.

Os pesquisadores explicam que os geladas são extremamente brincalhões mesmo quando adultos. “Eles ‘sorriem’ bastante enquanto interagem e notamos que os pares sempre agem a estímulos, imitando a expressão facial”, disse ao iG Elisabetta Palagi, uma das autoras do estudo publicado no periódico científico Scientif Reports .

Elisabetta afirma que a descoberta demonstra que, ao contrário do que se imaginava, esta capacidade não é só de humanos e orangotangos. “Isso significa que numa perspectiva evolutiva, o fenômeno já estava presente no ancestral comum de macacos e do homem. Portanto, evolutivamente falando, trata-se de um fenômeno antigo”, disse ao iG. (Fonte: Portal iG)