RS: à espera de reforço, incêndio já devastou 2 mil hectares de reserva

O incêndio de grandes proporções que atinge a Estação Ecológica do Taim, no sul do Rio Grande do Sul, desde terça-feira já devastou pelo menos 2 mil hectares, segundo estimativa do chefe da estação, Henrique Ilha. Nesta sexta-feira (29), duas aeronaves contratadas pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) para atuar no combate às chamas chegaram ao local, mas apenas uma delas entrou em operação no final da tarde.

A previsão inicial era que o reforço dos aviões, com capacidade de despejar 5 mil litros de água, fosse iniciado na manhã de ontem, mas a empresa baiana responsável pelo serviço acabou atrasando o envio dos veículos. “Acredito que o impacto do incêndio teria sido minimizado se tivéssemos recebido essas aeronaves com antecedência. (…) Recebemos uma série de explicações (para o atraso), chuva, burocracia. Mas depois vamos verificar o que houve”, disse Henrique Ilha.

Segundo ele, uma das aeronaves, de porte maior, não pode sobrevoar hoje porque a pista de uma propriedade agrícola não apresentava condições adequadas para o pouso. Nesta noite, técnicos analisavam uma área na rodovia BR-471, que pode ser interditada por alguns períodos no sábado para o pouso dos aviões.

O trabalho de combate às chamas, que também é feito com barreiras pela terra, foi interrompido no fim do dia e será retomado nas primeiras horas da manhã de sábado.

A suspeita é que um raio tenha provocado o fogo na terça-feira, já que atingiu uma região de difícil acesso. “É um banhado com palha muito alta. Não temos acesso por barco, nem por carro”, disse ontem o coordenador da reserva.

Abrangendo uma área de 11 mil hectares, o Taim é um grande viveiro natural de animais, como capivaras, ratões, jacarés, tartarugas, tachã e garça-vaqueira, entre outras, e vegetais, distribuídos em banhados, campos, lagoas, praias arenosas e dunas litorâneas. A região abriga diversos ecossistemas e possui alto valor ecológico para pesquisas e experimentos. (Fonte: Terra)