O climatologista James Hansen, um dos primeiros cientistas a alertar sobre a influência das atividades humanas nas mudanças climáticas, deixa a agência espacial americana (Nasa) depois de 46 anos de carreira, informou nesta terça-feira (2) uma de suas colaboradoras.
Hansen, 72 anos, que chefia o Instituto Goddard de estudos espaciais da Nasa em Nova York, tinha anunciado sua retirada em um correio eletrônico ao jornal The New York Times (NYT) na segunda-feira à tarde. Em sua mensagem, ele explica que deixa a agência espacial para “poder se dedicar completamente à pesquisa científica, a mobilizar a atenção dos jovens sobre as implicações (do aquecimento global) e a explicar o que a ciência recomenda”.
Hansen foi um dos primeiros, em 1988, nos Estados Unidos, a fazer soar o alarme contra o aquecimento global e suas consequências em uma midiática audiência no Congresso, rapidamente tornando-se mal visto perante os céticos do aquecimento global.
Seu envolvimento pessoal no problema lhe rendeu críticas de outros cientistas e tensões com a hierarquia do governo federal, particularmente sob o mandato do presidente George W. Bush, quando foi proibido de falar à imprensa.
Em e-mail ao NYT, o diretor-adjunto do Instituto Goddard, Gavin Schmidt escreve que “James Hansen esteve na vanguarda de quase todos os avanços conceptuais à climatologia em 40 anos”. “O que Jim escreveu há vinte anos dá o tom em todo este campo de pesquisa e suas previsões se concretizaram geralmente, infelizmente para o planeta”, acrescentou.
Os 19 anos mais quentes desde 1880, quando começaram os registros da temperatura ocorreram em todos os casos após o primeiro testemunho de James Hansen no Congresso em 1988, segundo o The New York Times. (Fonte: Terra)