IPCC vai avaliar impactos da mudança do clima em escala regional

Analisar os impactos da mudança do clima em escala regional e seus riscos. Esse é o objetivo do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês), que reúne a partir desta terça-feira (15) no Instituto Nacional de Ciências Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), mais de 100 especialistas no tema. As informações obtidas pelos estudos vão integrar o 6º relatório do painel de ciência do clima da ONU, previsto para ser entregue em 2020.

O workshop acontece até a próxima sexta-feira (18). Ele é organizado pelo Grupo de Trabalho 1 do IPCC – que trata da base científica da mudança do clima.

O estudo dos pesquisadores de 52 países vai incluir levantamento sobre as variações no clima, secas, aquecimento global e emissão de gases como o do efeito estufa. Os especialistas vão identificar os desafios e discutir melhorias na apresentação dos dados.

“Os impactos da mudança do clima afetam todas as regiões do mundo. Queremos saber das mudanças provocadas em margem de 2º graus de aquecimento: se as secas vão aumentar e com qual intensidade, se o nível do mar irá aumentar, sobre a vegetação futura, uma vez que a temperatura e as chuvas mudam. Vamos identificar os desafios e discutir melhorias”, disse Thomas Stocker, co-presidente do Grupo de Trabalho 1 do IPCC.

De acordo com a pesquisadora sênior do Inpe e co-presidente da Força Tarefa em Inventários Nacionais sobre o Efeito Estufa do IPCC, Thelma Krug, o workshop é uma oportunidade para fortalecer a ligação entre a avaliação das projeções regionais e melhorar as informações para o sexto relatório.

“Esse é um encontro muito importante para entendermos as limitações dos modelos atuais [com base] no quinto relatório, que ainda exige pesquisas, para que possamos facilitar a cooperação com a comunidade”, disse.

Brasil – Segundo Thelma, entre as mudanças já sentidas no Brasil, ligadas ao clima e ao meio ambiente, está a redução do desmatamento da Floresta Amazônica. “A redução do desmatamento da Amazônia em termos de área desde 2004, quando foi lançado o plano de prevenção, tem reduzido significamente”. Quanto à emissão de dióxido de carbono [CO2], ela disse que é preciso que os países comecem a olhar para o futuro.

“Cada país deve olhar como uma oportunidade. É necessário pensar em alternativas para redução de emissões de gases na atmosfera”, afirmou.

IPCC – O IPCC foi estabelecido em 1988 pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial. O objetivo do trabalho é apontar medidas para reduzir os impactos e mostrar caminhos adaptação às mudanças climáticas. A meta é mostrar a governos, empresas e a sociedade que investimentos em setores como energias limpas, conservação ambiental e manutenção de serviços ecossistêmicos podem trazer ganhos econômicos e de saúde pública.

O Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, foi publicado em 2013 e 2014. O documento total, conta com 7.520 páginas e foi apresentado no ano passado em Copenhague. (Fonte: G1)