Resumo da Semana: 03 a 09 de Maio de 2020

Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.

Acompanhe: coronavírus no Brasil e no mundo

Em entrevista ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o especialista ugandês Bernard Bett, que lidera pesquisas sobre doenças infecciosas negligenciadas e emergentes, afirma que as zoonoses estão mais frequentes no mundo. Isso ocorre devido à invasão de habitats naturais, à urbanização e ao desenvolvimento socioeconômico, que impõe práticas como a agricultura intensiva.

“Quando as pessoas degradam os habitats da vida selvagem ou estabelecem seus próprios assentamentos em algumas áreas, elas se tornam parte do ecossistema e do ciclo selvático – o ciclo de transmissão viral que ocorre entre os animais nas florestas.”

Pesquisadores da área, orientam que para uma solução a longo prazo, os médicos especialistas devem se reunir com veterinários, ambientalistas e partes interessadas para estruturar planos de ação integrados. Os cientistas sociais também devem participar dessas intervenções, pois precisamos entender melhor o comportamento das comunidades para implementar quaisquer mudanças em possíveis pontos focais de zoonoses.

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Gorila robótico junta-se ao bando e captura comportamentos nunca observados antes

Gorila robótico filhote.

A série de documentários de vida selvagem Espiões da Natureza (John Downer Productions) inicia sua segunda temporada com um registro inédito de gorilas cantando. É a primeira vez que este fenômeno foi filmado em gorilas-das-montanhas selvagens.

Para conseguir o melhor registro possível da interação dos animais, a produtora cria animais robóticos super-realistas com uma câmera escondida em um dos olhos. O robô até imita o comportamento dos gorilas, desviando o olhar quando os machos adultos costas prateadas se aproximam.

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Inventário reúne informações sobre mais de 200 vírus que infectam plantas no Brasil

Maior banco de dados da área de virologia de plantas no país serve como ferramenta para pesquisadores, produtores rurais e formuladores de políticas públicas (foto: frutos de tomateiro com manchas anelares causadas por tospovírus/Elliot Watanabe Kitajima).

Um inventário que divulgado na revista Biota Neotropica no dia 8 de maio reúne informações sobre 219 patógenos capazes de infectar plantas no Brasil, inclusive muitas espécies de relevância agrícola. Trata-se da maior compilação sobre vírus de planta já feita no país e, além da descrição dos microrganismos, reúne dados sobre as doenças por eles causadas e sua ocorrência em vegetações nativas, cultivadas, ornamentais e até em ervas daninhas.

A maioria dos vírus e viroides que integram o inventário é reconhecida pelo International Committee on Taxonomy of Viruses (ICTV) – entidade que regulariza e organiza a classificação taxonômica dos vírus. Alguns dos microrganismos listados ainda aguardam a oficialização. A análise dessa listagem permite acompanhar a história de ocorrência de patógenos na agricultura brasileira e a evolução da virologia vegetal no Brasil, bem como mapear os principais centros de pesquisa na área.

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Coalas bebem água que escorre de árvores — e os cientistas não sabiam disso

Cientistas descobriram que coalas bebem a água que cai das chuvas pelos troncos das árvores (Foto: Reprodução/Echidna Walkabout and Koala Clancy Foundation).

Cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália, descobriram um novo comportamento dos coalas: eles bebem a água que escorre pelas árvores. O achado surpreendeu os pesquisadores, já que, até então, acreditava-se que eles apenas absorviam a umidade das plantas consumidas.

A equipe coletou imagens de coalas bebendo água feitas por cientistas e ecologistas entre 2006 e 2019. Ao todo, foram 44 observações de coalas ao ar livre lambendo a água que escorria de um tronco de árvore durante ou imediatamente após a chuva. Em duas delas, uma coala adulta e um coala macho chamaram atenção ao beberem água por 15 e 34 minutos ininterruptos, respectivamente.

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Corais no litoral do Nordeste estão sofrendo branqueamento em massa, alertam pesquisadores

O branqueamento ocorre quando a temperatura da água aumenta e mata as algas simbiontes que vivem no tecido dos corais chamadas zooxantelas. Como o coral depende das algas para se alimentar, pode eventualmente morrer.
FOTO DE BEATRICE PADOVANI/REEF CHECK E PELD-TMAS.

Enquanto o planeta convive com a pandemia, pelas águas do Nordeste brasileiro outra epidemia se alastra desde o último verão devido à temperatura do mar acima da média, uma anomalia térmica. E esta doença está afetando outro tipo de vida animal marinha, os corais.

Pesquisadores alertam para um grande evento de branqueamento em recifes de corais desde o norte de Salvador, na Bahia, até o Rio Grande do Norte. Com águas chegando a 30° C, 2 graus acima da média para a época, o NOAA – a agência do governo americano que monitora oceanos – emitiu o alerta 2 de branqueamento, o mais alto, quando existe a possibilidade de morte de corais. A agência monitora corais do mundo inteiro e tem sete estações virtuais na costa brasileira.

“O fenômeno do branqueamento ocorre por perda das zooxantelas, algas simbiontes que vivem no tecido dos corais. Com o stress térmico, elas são expelidas, mas o coral continua se alimentando e pode sobreviver e recuperar as zooxantelas”, explica a pesquisadora Beatrice Padovani, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Porém, durante o período de stress o coral, que é um animal e normalmente se beneficia dos produtos da fotossíntese das algas, “passa fome” e fica mais suscetível a doenças e competição. Se isso for prolongado, a colônia pode sofrer mortalidade total ou parcial.”

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Os dinossauros mais agressivos do mundo moravam no deserto do Saara

Ao invés de um deserto, a região do Saara há 95 milhões de anos era coberta por um enorme sistema hidrográfico que ia do Marrocos até a Argélia. Um estudo publicado no dia 21 de abril na revista ZooKeys aponta a pequena presença de animais herbívoros na região. Fósseis de dinossauros carnívoros, por outro lado, foram encontrados aos montes.

Os fósseis encontrados lá são bastante heterogêneos, incluindo anfíbios, plantas e dinossauros enormes como saurópodes e pterossauros com assas de cinco metros de envergadura.

Outros fósseis encontrados ali não são nada comuns. Um deles pertence a um grupo chamado abelisaurídeos, animais com focinho curto e dentes pequenos que sugerem que ele tenha sido um carniceiro. Outro é um espinossauro com focinho estreito e dentes especializados em capturar peixes. Havia também criaturas parecidas com os nossos crocodilos atuais, mas com o comprimento de um ônibus.

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‘Se encontrá-las, corra e nos chame!’: cientistas nos EUA alertam para chegada de ‘vespas assassinas’

Vespas gigantes asiáticas têm provocado alarme em diversas regiões dos Estados Unidos.

Elas podem medir mais de 5 cm e são tão letais que receberam de cientistas o apelido de “vespas assassinas”. Nativas da Ásia, as chamadas vespas gigantes asiáticas (Vespa mandarinia) foram vistas pela primeira vez nos Estados Unidos em dezembro do ano passado, e sua presença vem provocando alarme entre apicultores e entomologistas americanos.

Capazes de dizimar uma colmeia de abelhas em poucas horas, essas vespas são as maiores do mundo e liberam uma toxina tão potente que pode causar a morte de uma pessoa que tiver levado várias picadas, mesmo se não for alérgica. Segundo especialistas, estas abelhas só atacam humanos caso sejam provocadas ou se sintam ameaçadas.

Entretanto, para a população de abelhas, sua presença pode ser devastadora, com impacto não apenas na produção de mel, mas também nas diversas culturas que dependem da polinização, como maçã, cereja, framboesa, mirtilo e amêndoas.

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