Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.
Acompanhe: coronavírus no Brasil e no mundo
Em entrevista ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o especialista ugandês Bernard Bett, que lidera pesquisas sobre doenças infecciosas negligenciadas e emergentes, afirma que as zoonoses estão mais frequentes no mundo. Isso ocorre devido à invasão de habitats naturais, à urbanização e ao desenvolvimento socioeconômico, que impõe práticas como a agricultura intensiva.
“Quando as pessoas degradam os habitats da vida selvagem ou estabelecem seus próprios assentamentos em algumas áreas, elas se tornam parte do ecossistema e do ciclo selvático – o ciclo de transmissão viral que ocorre entre os animais nas florestas.”
Pesquisadores da área, orientam que para uma solução a longo prazo, os médicos especialistas devem se reunir com veterinários, ambientalistas e partes interessadas para estruturar planos de ação integrados. Os cientistas sociais também devem participar dessas intervenções, pois precisamos entender melhor o comportamento das comunidades para implementar quaisquer mudanças em possíveis pontos focais de zoonoses.
Principais notícias relacionadas:
Anticorpos de lhamas podem ajudar no combate à Covid-19
Como ancestrais indígenas se preveniam de epidemias
Invasão de habitats naturais intensifica surgimento de zoonoses, diz especialista
Indígenas da Amazônia lançam fundo para enfrentar covid-19
Pandemia se infiltra na Amazônia colombiana a partir do Brasil
Drama do coronavírus abafa som das motosserras na Amazônia
Gorila robótico junta-se ao bando e captura comportamentos nunca observados antes
![](https://noticias.ambientebrasil.com.br/wp-content/uploads/2020/05/robo-gorila-documentario-838x439-1.jpg)
A série de documentários de vida selvagem Espiões da Natureza (John Downer Productions) inicia sua segunda temporada com um registro inédito de gorilas cantando. É a primeira vez que este fenômeno foi filmado em gorilas-das-montanhas selvagens.
Para conseguir o melhor registro possível da interação dos animais, a produtora cria animais robóticos super-realistas com uma câmera escondida em um dos olhos. O robô até imita o comportamento dos gorilas, desviando o olhar quando os machos adultos costas prateadas se aproximam.
Inventário reúne informações sobre mais de 200 vírus que infectam plantas no Brasil
![](https://noticias.ambientebrasil.com.br/wp-content/uploads/2020/05/photo.jpg)
Um inventário que divulgado na revista Biota Neotropica no dia 8 de maio reúne informações sobre 219 patógenos capazes de infectar plantas no Brasil, inclusive muitas espécies de relevância agrícola. Trata-se da maior compilação sobre vírus de planta já feita no país e, além da descrição dos microrganismos, reúne dados sobre as doenças por eles causadas e sua ocorrência em vegetações nativas, cultivadas, ornamentais e até em ervas daninhas.
A maioria dos vírus e viroides que integram o inventário é reconhecida pelo International Committee on Taxonomy of Viruses (ICTV) – entidade que regulariza e organiza a classificação taxonômica dos vírus. Alguns dos microrganismos listados ainda aguardam a oficialização. A análise dessa listagem permite acompanhar a história de ocorrência de patógenos na agricultura brasileira e a evolução da virologia vegetal no Brasil, bem como mapear os principais centros de pesquisa na área.
Coalas bebem água que escorre de árvores — e os cientistas não sabiam disso
![](https://noticias.ambientebrasil.com.br/wp-content/uploads/2020/05/230753_web-1024x683.jpg)
Cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália, descobriram um novo comportamento dos coalas: eles bebem a água que escorre pelas árvores. O achado surpreendeu os pesquisadores, já que, até então, acreditava-se que eles apenas absorviam a umidade das plantas consumidas.
A equipe coletou imagens de coalas bebendo água feitas por cientistas e ecologistas entre 2006 e 2019. Ao todo, foram 44 observações de coalas ao ar livre lambendo a água que escorria de um tronco de árvore durante ou imediatamente após a chuva. Em duas delas, uma coala adulta e um coala macho chamaram atenção ao beberem água por 15 e 34 minutos ininterruptos, respectivamente.
Corais no litoral do Nordeste estão sofrendo branqueamento em massa, alertam pesquisadores
![](https://noticias.ambientebrasil.com.br/wp-content/uploads/2020/05/milleporas1.jpg)
FOTO DE BEATRICE PADOVANI/REEF CHECK E PELD-TMAS.
Enquanto o planeta convive com a pandemia, pelas águas do Nordeste brasileiro outra epidemia se alastra desde o último verão devido à temperatura do mar acima da média, uma anomalia térmica. E esta doença está afetando outro tipo de vida animal marinha, os corais.
Pesquisadores alertam para um grande evento de branqueamento em recifes de corais desde o norte de Salvador, na Bahia, até o Rio Grande do Norte. Com águas chegando a 30° C, 2 graus acima da média para a época, o NOAA – a agência do governo americano que monitora oceanos – emitiu o alerta 2 de branqueamento, o mais alto, quando existe a possibilidade de morte de corais. A agência monitora corais do mundo inteiro e tem sete estações virtuais na costa brasileira.
“O fenômeno do branqueamento ocorre por perda das zooxantelas, algas simbiontes que vivem no tecido dos corais. Com o stress térmico, elas são expelidas, mas o coral continua se alimentando e pode sobreviver e recuperar as zooxantelas”, explica a pesquisadora Beatrice Padovani, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Porém, durante o período de stress o coral, que é um animal e normalmente se beneficia dos produtos da fotossíntese das algas, “passa fome” e fica mais suscetível a doenças e competição. Se isso for prolongado, a colônia pode sofrer mortalidade total ou parcial.”
Os dinossauros mais agressivos do mundo moravam no deserto do Saara
![](https://noticias.ambientebrasil.com.br/wp-content/uploads/2020/05/Davide-Bonadonna-Simone-Maganuco-e-Nizar-Ibrahim.jpg)
Ao invés de um deserto, a região do Saara há 95 milhões de anos era coberta por um enorme sistema hidrográfico que ia do Marrocos até a Argélia. Um estudo publicado no dia 21 de abril na revista ZooKeys aponta a pequena presença de animais herbívoros na região. Fósseis de dinossauros carnívoros, por outro lado, foram encontrados aos montes.
Os fósseis encontrados lá são bastante heterogêneos, incluindo anfíbios, plantas e dinossauros enormes como saurópodes e pterossauros com assas de cinco metros de envergadura.
Outros fósseis encontrados ali não são nada comuns. Um deles pertence a um grupo chamado abelisaurídeos, animais com focinho curto e dentes pequenos que sugerem que ele tenha sido um carniceiro. Outro é um espinossauro com focinho estreito e dentes especializados em capturar peixes. Havia também criaturas parecidas com os nossos crocodilos atuais, mas com o comprimento de um ônibus.
‘Se encontrá-las, corra e nos chame!’: cientistas nos EUA alertam para chegada de ‘vespas assassinas’
![](https://noticias.ambientebrasil.com.br/wp-content/uploads/2020/05/112149134_foto4_washingtonstatedepartmentofagriculture.jpg)
Elas podem medir mais de 5 cm e são tão letais que receberam de cientistas o apelido de “vespas assassinas”. Nativas da Ásia, as chamadas vespas gigantes asiáticas (Vespa mandarinia) foram vistas pela primeira vez nos Estados Unidos em dezembro do ano passado, e sua presença vem provocando alarme entre apicultores e entomologistas americanos.
Capazes de dizimar uma colmeia de abelhas em poucas horas, essas vespas são as maiores do mundo e liberam uma toxina tão potente que pode causar a morte de uma pessoa que tiver levado várias picadas, mesmo se não for alérgica. Segundo especialistas, estas abelhas só atacam humanos caso sejam provocadas ou se sintam ameaçadas.
Entretanto, para a população de abelhas, sua presença pode ser devastadora, com impacto não apenas na produção de mel, mas também nas diversas culturas que dependem da polinização, como maçã, cereja, framboesa, mirtilo e amêndoas.