Quatro jovens exploradores lançaram uma bandeira no fundo do Mar Ártico, no Polo Norte, com o objetivo de exigir que a região seja declarada como santuário global. A imagem foi divulgada nesta segunda-feira (15).
Eles fazem parte de uma expedição da organização não-governamental Greenpeace, que realizou abaixo-assinado em que pedia a proteção da região contra a exploração de recursos minerais, como a extração de petróleo em águas profundas.
Segundo a ONG, a bandeira está interligada à uma cápsula do tempo de vidro e titânio, que contém os nomes de 2,7 milhões de pessoas de todo mundo que se juntaram à campanha pedindo a proteção ao Ártico. A bandeira desceu a 4 km de profundidade.
De acordo com o Greenpeace, o símbolo foi lançado no mesmo local onde a Rússia colocou sua bandeira, em 2007, com a ajuda de um submarino. O objetivo da missão russa na época, segundo os exploradores, era buscar indícios geológicos que sustentem a reivindicação do país por uma vasta área do Ártico.
Acredita-se que o leito tenha depósitos de petróleo, gás natural e outras reservas minerais. Moscou argumentou perante uma comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2001 que uma estrutura geográfica submarina do Ártico, chamada de Cordilheira de Lomonosov, é uma extensão geológica do seu território continental.
O derretimento do gelo do Ártico tem acelerado a corrida em torno da exploração de recursos naturais na região. Caso as linhas marítimas, atualmente inacessíveis no topo do mundo, se tornem navegáveis nas próximas décadas, elas poderão redesenhar as rotas do comércio global, e talvez a geopolítica, para sempre.
Companhias petrolíferas, que já participam de um grande processo de exploração, esperam um novo aumento na pesca, no turismo e na navegação regional. Mas isso, advertem especialistas, também aumenta o risco de um desastre ambiental, além de atividades criminosas como a pesca ilegal, o tráfico e o terrorismo.
Degelo é preocupante, dizem cientistas – O retrocesso do gelo no Ártico bateu recorde negativo histórico em 2012 devido às altas temperaturas do verão no Hemisfério Norte, de acordo com o Centro Nacional da Neve e do Gelo dos Estados Unidos (NSIDC, na sigla em inglês).
Segundo o NSIDC, em 16 de setembro o território congelado do Ártico era de 3,41 milhões de km², número que é muito menor ao último recorde negativo registrado em 2007, quando restaram apenas 4,17 milhões km² (houve perda de 760 mil km² a mais que naquele ano).
Além disso, o NSIDC afirma que o índice pode ser o menor de 2012. O instituto é ligado à agência espacial americana, a Nasa.
No geral, houve uma perda de 11,8 milhões de km² desde 20 de março deste ano – considerada pelos cientistas a maior perda de gelo durante um verão detectada por satélites.
É como se em pouco mais de um semestre, o Ártico perdesse uma área maior que o Brasil ou sete vezes maior que o estado do Amazonas. Ainda de acordo com o NSIDC, a área de gelo mínima detectada neste ano é 49% menor que a média detectada entre os anos de 1979 e 2000. Entretanto, o Centro Nacional afirma que o Ártico deve recuperar a área congelada com a chegada do outono e durante o inverno. (Fonte: G1)