Vacinação de índios em comunidades isoladas precisa superar obstáculos para chegar às aldeias

A campanha de vacinação, que vai até dia 19 de maio, deve imunizar contra a gripe um terço das comunidades indígenas isoladas na região amazônica. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, essa foi a meta acertada entre o governo brasileiro e a Organização Mundial da Saúde. “A campanha de vacinação contra a gripe evita uma das principais causas de morte entre crianças, gestantes e idosos na população indígena”, disse após participar da abertura da vacinação na Aldeia Nova Itália, no município de Amaturá (AM).

O ministro disse que, no entanto, a campanha precisa superar diversos obstáculos para chegar às aldeias. Em Nova Itália, por exemplo, Padilha precisou de um helicóptero e um barco para chegar ao local.“O Ministério da Saúde faz todo o esforço, pega barco, avião, mobiliza equipe via terrestre, envolve vários parceiros para chegar a cada comunidade indígena deste país”, disse sobre ação que tem um investimento de R$ 4,3 milhões.

A campanha de vacinação envolve cerca de 4 mil profissionais, mais da metade deles indígenas, e deve vacinar aproximadamente 196 mil índios de 172 etnias de 1.389 aldeias. Além da gripe, serão aplicadas doses contra outras doenças que incidem sobre essa população, como a hepatite.

Padilha disse que as populações indígenas são mais sensíveis a essas doenças, o que acaba aumentando a mortalidade em caso de contágio. “Os índios, por ficarem em locais mais isolados, são mais suscetíveis a pegarem um vírus grave da gripe e evoluir para óbito”, disse.

A ação pretende vacinar 4.682 indígenas menores de 1 ano, 21.406 com idade entre 1 e 4 anos, 42.446 mulheres em idade fértil e 11.004 indígenas maiores de 60 anos. As prioridades da campanha seguem as orientações da OMS. No ano passado, 185.984 indígenas foram imunizados. (Fonte: Agência Brasil)