Grandes empresas deveriam divulgar seus impactos ambientais junto com seus balanços financeiros, cumprindo um plano da Organização das Nações Unidas (ONU) para estimular o crescimento econômico e aliviar a pobreza até 2030, segundo recomendações apresentadas na quinta-feira por uma comissão de líderes mundiais.
O grupo de 27 integrantes – entre os quais David Cameron, primeiro-ministro britânico, e o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono – foi encarregado de fazer propostas de metas mundiais a serem atingidas até 2030, sucedendo às Metas de Desenvolvimento do Milênio, com foco na redução da fome e da pobreza, que expiram em 2015.
A Reuters teve acesso a uma versão preliminar do relatório, com cerca de cem páginas, a ser divulgado oficialmente ainda na quinta-feira, em Nova York.
O texto diz que “sem sustentabilidade ambiental não podemos acabar com a pobreza; os pobres são afetados demais por desastres naturais, e dependentes demais dos oceanos, florestas e solos que estão em deterioração”.
Entre as recomendações estão a obrigatoriedade de que empresas com capitalização de mercado superior a 100 milhões de dólares divulguem balanços sociais e ambientais. Atualmente, cerca de um quarto das empresas fazem isso, segundo o relatório.
“O mesmo princípio deve se aplicar aos governos”, acrescenta o texto. “Os balanços nacionais para efeitos sociais e ambientais devem ser tornados comuns até 2030.” No ano passado, a Grã-Bretanha se tornou o primeiro país a obrigar as grandes empresas a publicarem suas emissões de gases do efeito estufa como parte dos seus balanços. A exigência atualmente se aplica a 1.800 empresas com ações na Bolsa de Londres.
Também para 2030, a comissão da ONU recomenda duplicar a participação das energias renováveis na matriz energética mundial, reduzindo o uso de combustíveis fósseis e duplicando o ritmo de melhoria da eficiência energética em edifícios e transportes.
Atualmente, cerca de 13 por cento da energia mundial vem de fontes renováveis, como a hidrelétrica, a eólica e a solar, segundo a Agência Internacional de Energia.
O texto diz que “as metas sugeridas são aquelas às quais a humanidade aspira”. “Elas não seriam juridicamente vinculantes, mas podem ser monitoradas de perto.” (Fonte: Exame.com)