Estudos divulgados na edição impressa da revista “Science” desta sexta-feira (28) apontam que a sonda Voyager 1, da agência espacial americana (Nasa) ainda permanece no Sistema Solar. Desde o verão passado, o equipamento explora território virgem, onde é possível sentir os efeitos do espaço interestelar. Os cientistas desconhecem a amplitude dessa região ou quanto mais a sonda deve viajar para sair, definitivamente, do Sistema Solar.
“Poderá ocorrer em qualquer momento ou demorar vários anos”, afirmou Ed Stone, cientista-chefe do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, responsável pela missão, referindo-se à saída da Voyager da região. Stone descreveu inicialmente essa zona inexplorada em uma reunião da Associação de Geofísica dos Estados Unidos, ocorrida no ano passado. Três artigos publicados na “Science” desta semana confirmaram a informação.
Pouco depois que a Voyager 1 entrou nesta região, em agosto passado, partículas carregadas de baixa energia, que até o momento a sonda havia detectado em abundância, de repente, se afastaram, enquanto que raios cósmicos de alta energia do espaço interestelar começaram a atingir o equipamento.
As leituras de um dos instrumentos da sonda mostraram um aumento abrupto da intensidade do campo magnético, mas nenhuma mudança na direção, um sinal de que a sonda não saiu do Sistema Solar.
Projeto ambicioso – A Voyager-1 foi lançada em 5 de setembro de 1977 e sua “sonda irmã”, a Voyager-2, em agosto do mesmo ano. O objetivo inicial das duas sondas era investigar os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno – tarefa que completaram em 1989.
Em seguida, elas foram enviadas para mais além no espaço, na direção do centro da Via Láctea. No entanto, suas fontes de energia, feitas de plutônio, devem parar de produzir eletricidade em cerca de 10 a 15 anos, quando seus instrumentos e transmissores irão parar de funcionar.
As Voyagers se tornarão “embaixadores silenciosos” da Terra enquanto se movem pela galáxia. Ambas transportam discos de cobre banhados a ouro com gravações de saudações em 60 línguas, amostras de música de diferentes culturas e épocas, sons naturais da Terra e outros sons produzidos pelo homem. (Fonte: G1)