A Serra do Corvo Branco, localizada entre Urubici e Grão-Pará, na Serra catarinense, foi formada ao longo de 200 milhões de anos. “O local deve ser preservado por todo o conjunto: tem nascente, tem vegetação, tem plantas endêmicas e também pela beleza natural”, explica Martha Wallauer, mestre em engenharia ambiental.
Há duas explicações para a origem do nome da estrada. A primeira, por causa de uma pedra semelhante a um corvo. A segunda, por causa do urubu-rei, ave de plumagem branca que foi, erroneamente, chamada de corvo.
“O local se formou a partir do erguimento do arenito botucatu, da saída da lavas e do basalto, formando camadas e sendo levantado pelo movimento do continente em direção à oeste e pela formação dos Andes”, explica o doutor em geografia Jordan Wallauer.
As pedras existentes no local dão as condições necessárias para ajudar na formação do maior aquífero do mundo, o Guarani, e também o maior em território Brasileiro, o Aquífero Serra Geral. As pedras porosas, que absorvem a água, trabalham como filtros e reservatórios de água. “É uma zona de armazenamento, estes poros seguram a água. Mesmo que não chova, vai continuar correndo água nos rios por muito tempo. Este aquífero é de uma importância enorme, é dele que nós bebemos água”, explica Jordan.
Um dos pontos mais característicos da estrada é a garganta, onde a estrada corta dois paradões de pedra paralelos, com cerca de 90m cada. O trecho, segundo informações passadas pela Prefeitura de Urubici, é considerado o maior corte em rocha arenítica do Brasil. Do lado esquerdo o paredão é úmido e do lado direito é seco. Isso se justifica por causa da inclinação leste-oeste do Arenito Botucatu, que forma o Aquífero Guarani.
A vegetação do local engloba três grandes tipos de florestas bem definidos. “Tem a Ombrófila, que gosta de umidade, a floresta nebular, que está sempre dentro das nuvens, e já na cadeia de montanhas tem a mista, com a mata de araucária”, comenta Jordan. (Fonte: G1)