Países ricos devem liberar verba para sucesso de acordo de clima, diz China

O chefe das negociações climáticas da China, Su Wei, disse nesta quinta-feira (14) que as lentas negociações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o combate às mudanças climáticas só poderão avançar se os países ricos cumprirem a promessa de fornecer US$ 30 bilhões (quase R$ 70 bilhões) em financiamento para os países em desenvolvimento.

O negociador chinês falou a jornalistas durante a 19ª Conferência do Clima da ONU, em Varsóvia, na Polônia. Segundo ele, as nações desenvolvidas devem cumprir as promessas feitas em 2010 e pagar imediatamente os bilhões prometidos para ajudar países pobres a lidar com os efeitos da mudança climática.

Além disso, Su Wei disse que as nações ricas precisam esclarecer como pretendem aumentar a ajuda até os US$ 100 bilhões (R$ 232 bilhões) por ano prometidos até 2020.

“Isso seria um ponto de partida muito importante e fundamental para a conclusão bem-sucedida das negociações de um acordo (pós-)2020”, declarou o negociador chinês.

Delegados de quase 200 países estão reunidos em Varsóvia entre os dias 11 e 22 para debater um novo tratado climático global. Os países buscam chegar a um acordo final até o encontro de 2015, em Paris. O novo pacto deverá suceder o Protocolo de Kyoto – criado no Japão em 1997 e válido para o período entre 2008 e 2012 – e definir limites obrigatórios de emissões de gases de efeito estufa após 2020.

Mas poucos países se comprometeram com metas firmes de redução das emissões, e as principais nações em desenvolvimento, como China e Índia – que não têm metas estabelecidas no Protocolo de Kyoto –, insistem que o sucesso das negociações depende do financiamento por parte dos países ricos.

“Queremos ver um roteiro muito claro…queremos ver a provisão efetiva e real das fontes de financiamento”, disse Su Wei.

A questão do financiamento está no topo da agenda das negociações da ONU, após as Filipinas e partes do Sudeste Asiático terem sido devastadas pelo tufão Haiyan, uma das tempestades mais fortes já registradas em todos os tempos.

“Estamos firmemente comprometidos com o que concordamos em Durban (nas negociações da ONU em 2011), que as partes agirão melhor depois de 2020”, disse o negociador chinês, sem dar mais detalhes.

Su Wei não quis dizer quando a China vai anunciar suas próprias metas de redução de emissões pós-2020. Até 2020, o país prometeu reduzir suas emissões por unidade de produção econômica para 40% a 45% abaixo dos níveis registrados em 2005. (Fonte: G1)