Quem precisa de mais provas de que as variações climáticas decorrentes do aquecimento global estão mesmo ficando mais e mais intensas precisa saber desta.
Medições realizadas em outubro na região do Oceano Ártico pelo satélite CryoSat, da Agência Espacial Europeia (a ESA), indicam que o volume de gelo marinho subiu cerca de 50% em relação ao mesmo período de 2012. Esta é tradicionalmente a época em que o gelo no Ártico atinge seu menor volume no ano.
Em outubro de 2013, o Ártico tinha 9 mil quilômetros cúbicos de gelo marinho. No mesmo mês do ano passado, a quantidade de gelo marinho registrada foi bem menor: 6 mil quilômetros cúbicos.
“No começo da década de 1980, havia 20 mil quilômetros cúbicos de gelo marinho no Oceano Ártico a cada mês de outubro. Assim, a medida obtida neste ano fica entre as mais baixas observadas no intervalo de 30 anos”, afirmou o pesquisador Andrew Shepherd, do University College London, na Inglaterra, durante a divulgação dos dados.
A região, no hemisfério Norte, atravessa um outono marcado por forte queda nas temperaturas e nevascas em locais inusitados, como em Jerusalém.
Gelo multi-ano – Do volume de gelo marinho medido no Ártico, 90% se refere a um crescimento no chamado gelo multi-ano, que sobrevive a mais de um verão sem derreter.
De acordo com a ESA, uma camada grossa de gelo multi-ano indica um oceano mais saudável – em média, o gelo multi-ano identificado na última medição do CryoSat estava 30% mais espesso do que no ano passado.
Porém, enquanto esse aumento no gelo marinho do Ártico pode ser visto como uma boa notícia, não há garantia de que ele indique uma reversão na tendência observada anteriormente, de encolhimento no volume de gelo desse mar.
Lançado em 2010 e operado a partir da Alemanha, o satélite CryoSat foi criado pela ESA para medir a espessura do gelo marinho em todo o Oceano Ártico e vem permitindo que cientistas monitorem de forma precisa mudanças em seu volume. (Fonte: UOL)