OCDE pede ao Canadá que combata aquecimento global com impostos

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) pediu ao Canadá, nesta quarta-feira, que lute contra o aquecimento global, principalmente com o aumento de impostos sobre a exploração de recursos minerais e hidrocarbonetos.

“A exploração de recursos não renováveis deve ser administrada com cuidado para reduzir hoje os impactos negativos sobre o meio ambiente e para garantir um futuro melhor para as próximas gerações”, defendeu o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurria, que participou do Fórum Econômico Internacional das Américas, celebrado em Montreal.

Em seu informe, “Estudos Econômicos da OCDE-Canadá”, a organização internacional revisa o estado da economia canadense, que “avança em um bom ritmo” e apresenta um “sistema financeiro saudável”.

São formuladas quatro recomendações principais, das quais duas são de ordem ambiental: “administrar os rendimentos provenientes dos recursos (naturais) não renováveis” e “garantir que o crescimento seja responsável com o meio ambiente”.

O Canadá abandonou o Protocolo de Quioto em 2011 e seu primeiro-ministro, o conservador Stephen Harper, repetiu nesta segunda-feira que a luta contra o aquecimento global não deveria ser travada em detrimento da economia.

A OCDE aconselha o Canadá a adotar “encargos mais altos na exploração de recursos não renováveis”.

Assim como os Estados Unidos, o Canadá projetou uma redução de 17% em suas emissões de gases de efeito estufa com relação aos níveis de 2005 antes do fim de 2020. Segundo cálculos da organização, se a tendência se mantiver, haverá uma redução de apenas 0,4% nos próximos seis anos.

A OCDE acredita que a melhor forma de alcançar o objetivo é a criação de um mercado único de carbono nacional “para enviar um preço único do carbono, com vistas a uma associação de longo prazo com os sistemas internacionais de direitos de emissão”.

Por fim, a OCDE explica que exploração de recursos naturais às vezes contraria o desejo dos povos indígenas e sugere o estabelecimento de “orientações claras” que exijam das empresas mineradoras que pensem nestas pessoas “com a finalidade de que os projetos lhes proporcionem benefícios de longo prazo”. (Fonte: Terra)