O presidente americano Barack Obama pediu no sábado (14) aos jovens que se envolvam em “grandes desafios” como combater a mudança climática “antes que seja tarde demais” e contribuam para conservar o planeta para as gerações futuras, ao mesmo tempo em que anunciou um fundo milionário para combater seus efeitos.
Obama, que fez o discurso de graduação na Universidade da Califórnia-Irvine, realizou um chamado para a defesa do meio ambiente para as gerações futuras e ironizou que negar a mudança climática é como argumentar que a lua é feita de queijo.
O presidente lamentou que haja membros no Congresso que rejeitam “automaticamente” as evidências científicas da mudança climática, que atribuem a um “engano” ou a uma “moda passageira”, e lembrou que a maioria dos cientistas concordam que é algo que já está acontecendo.
“A mudança climática já não é uma ameaça distante”, disse o líder, que indicou que em algumas partes do país os desastres relacionados com o clima, como secas, incêndios, tempestades e inundações vão se “recrudescer” e o custo de seu impacto vai ser maior.
Por isso, o presidente anunciou um fundo de US$ 1 bilhão para as comunidades que forem afetadas pelos desastres naturais, com o qual pretende reconstruir e preparar a população perante o impacto dos fenômenos meteorológicos extremos.
“A questão não é se devemos atuar (…) a questão é se estamos dispostos a atuar antes que seja demais tarde”, advertiu o líder que fez referência ao plano apresentado pela Casa Branca para reduzir as emissões de dióxido de carbono das usinas elétricas em 30% para 2030.
Neste sentido, Obama manifestou que a mudança climática continua sendo um dos “maiores desafios” a longo prazo para os Estados Unidos e para o resto do mundo e rejeitou que o debate sobre sua existência seja ainda uma questão aberta.
Obama indicou que quando o presidente John Kennedy marcou como objetivo que os Estados Unidos enviassem uma missão à Lua, tem a certeza de que houve quem questionou se valeria a pena, “mas não lembra de ninguém que ignorasse a ciência, não lembram de ninguém que dissesse que a lua não era real, ou que era feita de queijo”, asseverou.
O líder encorajou os alunos a pensar em “grandes coisas”, como lutar contra a mudança climática, reconstruir a classe média, proteger o direito ao voto e fugir do cinismo porque “o progresso é possível e com persistência pode conseguir”.
Obama pediu as “boas-vindas aos imigrantes e jovens ‘sonhadores’ que mantêm este país vibrante”, disse entre aplausos de alguns alunos, ao mesmo tempo em que destacou a vocação de engenheiro de Mohamad Abedi, refugiado libanês, e a de Cinthia Flores, filha de mãe solteira que trabalhava limpando casas, que ao se graduar hoje em direito se transformou na primeira universitária de sua família.
Obama também declarou que, embora seja uma geração que viveu os ataques terroristas do 11 de setembro e a pior crise econômica desde a Grande Depressão, são a mais educada, diversa, tolerante e independente e há motivos para ser “otimistas”.
Nesse sentido, Obama apontou que nestes quatro anos que estiveram na universidade “há menos americanos na guerra, mais têm seguro de saúde, mais se graduaram”, ao mesmo tempo em que os negócios “acrescentaram mais de 9 milhões de postos de trabalhos”.
O presidente cumprimentou um grupo de alunos antes de partir para Palm Springs, onde passará o resto do fim de semana junto a sua esposa, Michelle. (Fonte: Terra)