Japão retoma operações de resgate no vulcão Ontake

As operações de resgate no vulcão japonês do monte Ontake, cuja erupção surpreendeu caminhantes e turistas, deixando mortos e muitos feridos, foram retomadas na manhã de segunda-feira (hora local, noite de domingo no Brasil). O governo japonês confirmou a morte de 4 pessoas, mas outras 27 pessoas foram resgatadas inconscientes.

Além disso, dezenas de pessoas – entre 45 e 49, segundo estimativas das autoridades locais – não conseguiram descer e passaram a noite em refúgios.

Mais de 500 socorristas dos serviços da polícia, dos bombeiros e grupos da Defesa Civil se reuniram por volta das 06h00 locais (18h00 de Brasília, 21h00 GMT) aos pés do Ontake, localizado entre as províncias de Nagano e Gifu.

‘Não sabemos até onde poderão subir, isso dependerá das condições, da fumaça que (o vulcão) ainda emite’, explicou à AFP um funcionário da prefeitura de Nagano.

A morte de quatro pessoas, quatro homens com idades entre 23 e 61 anos, que ficaram presas no sábado na repentina erupção do vulcão, foi confirmada pela TV pública NHK, enquanto mais de vinte outras pessoas se encontram com ‘parada cardíaca’.

‘Nós temos a confirmação de 31 pessoas foram encontradas em estado de parada cardíaca perto do cume’, declarou à AFP um porta-voz da polícia de Nagano (centro). Um vídeo amador publicado na internet mostra momento que pessoas foram surpreendidas pela erupção do vulcão.

Os socorristas falam de ‘parada cardíaca’ para se referir às vítimas que não apresentam nenhum sinal vital. As autoridades japonesas costumam usar este termo, à espera de que os médicos certifiquem os óbitos, o que deve acontecer nas próximas horas.

Entre estas vítimas, quatro homens tiveram a morte declarada neste domingo, após terem sido transportados pelos serviços de socorro, segundo o canal de TV público NHK.

Os socorristas, que ‘suspenderam suas operações durante a tarde, devido à crescente concentração de enxofre’, só puderam levar estas quatro pessoas sem lhes dar cuidados especiais, levando em conta que seu estado era crítico.

Ao anoitecer do domingo, ainda havia 27 pessoas aparentemente sem vida, que deviam ser levadas para baixo. Mas, na melhor das hipóteses, só serão transportadas na segunda-feira.

Outas dezenas de pessoas sofreram ferimentos, devido à queda de rochas ou se intoxicaram pela inalação de poeira. Helicópteros das forças de autodefesa, enviadas ao local no sábado pelo governo, socorreram sete delas.

Um fenômeno pouco comum – O vulcão Ontake, de 3.067 metros de altitude, despertou bruscamente ao meio-dia de sábado, lançando espessas nuvens de fumaça, cinzas e pedras.

‘Houve um estrondo e a fumaça escureceu o céu’, explicou à agência Kyodo Shuichi Mukai, encarregado de um albergue de montanha perto do topo.

Este episódio raríssimo, o primeiro importante nos últimos 35 anos no caso deste vulcão, suspreendeu mais de 300 caminhantes e turistas neste início de outono (boreal), particularmente propício para as caminhadas.

Muitos visitantes fugiram, em pânico, cobrindo a cabeça e o rosto para evitar a asfixia, segundo testemunhos e vídeos amadores.

No total, 550 soldados, policiais e bombeiros participavam das operações de salvamento.

O vapor continuava escapando, este domingo, da cratera do vulcão, e existe o risco de que caiam cinzas em um raio de 4 km, alertou a agência meteorológica.

‘Ninguém imaginaria uma erupção neste tipo de montanha. Eu não podia acreditar’, disse um membro da equipe do NHK que estava no local para fazer uma filmagem.

O monte Ontake não despertava de forma tão forte desde 1979, quando o vulcão cuspiu mais de 200.000 toneladas de cinzas, segundo meios de comunicação locais.

Uma erupção de menor magnitude foi registrada em 1991 e este vulcão foi responsável por vários sismos em 2007. (Fonte: G1)