Iphan quer incluir Cais do Valongo como patrimônio da humanidade

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deu início na terça-feira (30) à elaboração de um dossiê técnico para reconhecer a candidatura do Cais do Valongo como patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A candidatura faz parte do reconhecimento das matrizes africanas do Rio, expressa no Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração da Herança Africana.

O dossiê é preparado em conjunto com a prefeitura do Rio. O Cais do Valongo foi construído em 1811 para concentrar o comércio de escravos. Até a proibição do tráfico negreiro, em 1831, ingressaram no país de 500 mil a 1 milhão de africanos trazidos para serem escravizados.

A presidenta do Iphan, Jurema de Souza Machado, ressaltou a importância de se classificar o Valongo como patrimônio mundial. “A Unesco tem uma convenção que trata do patrimônio da humanidade justamente para dar visibilidade e importância nas políticas públicas de proteção de sítios de bens considerados vitais para a compreensão da história da humanidade.”

O Cais do Valongo estava escondido, soterrado por diversas obras de urbanização ao longo de décadas, localizando-se abaixo de ruas onde fluíam um trânsito pesado. Foi revelado em 2011, durante as obras do projeto Porto Maravilha, que está revitalizando a região portuária do Rio. Atualmente, boa parte do Valongo já pode ser observada, em um trabalho de arquitetura urbana que revela o passado da cidade e suas origens históricas. (Fonte: Agência Brasil)