O secretário-adjunto de Saúde de São Paulo, Paulo de Tarso Puccini, disse nesta quinta-feira (12) que a incidência da dengue em São Paulo em 2015 é “inusitada e acima dos níveis razoáveis.” Balanço da Prefeitura até o fim de janeiro revela 220 casos confirmados em 2015, ante 81 casos no mesmo período de 2014.
A maior incidência de casos está na região Norte (5,9/100 mil) da capital paulista, seguida pela região Oeste (2,2/100 mil), Sul (1,9/100 mil), Leste (0,6/100 mil) e Sudeste (0,5/100 mil). No Centro não se registrou nenhum caso. Se for incluída a primeira semana de fevereiro, foram 230 casos na cidade, segundo dados obtidos pelo SPTV.
Em 2014, a cidade de São Paulo registrou 14 mortes pela doença. Em 2015, há um caso em investigação, ainda não identificado. “Provavelmente vai ocorrer, infelizmente, apesar de todo o esforço que a gente está fazendo”, disse o secretário.
“Toda situação que envolve aumento de ocorrência nos causa muita preocupação. A ocorrência da dengue como está demonstrada é uma ocorrência inusitada e acima dos níveis razoáveis, então é uma ocorrência que preocupa a nós profissionais de saúde, a nós secretaria e que deve preocupar todas as famílias e toda a sociedade”, afirmou Puccini.
O secretário atribuiu o aumento dos casos de dengue a fatores sazonais, porque a doença tem picos em determinados intervalos, e ao aumento da temperatura na cidade. Ele admitiu que a falta de água pode fazer aumentar o número de criadouros. A Zona Norte, onde há maior incidência, é também a região mais afetada pela falta de água.
“As coleções de água necessárias ao criadouro do mosquito são condições muito simples de serem produzidas: uma tampinha de garrafa, uma latinha e, obviamente, reservatórios de água para enfrentar a falta de água. Esse é mais um criadouro que se coloca na condição de expansão da doença”, afirmou o secretário-adjunto.
O secretário recomendou que as pessoas vedem bem os recipientes onde armazenam água para evitar a proliferação do mosquito. Segundo ele, o maior foco de atenção não são os terrenos baldios, desmanches ou cemitérios e, sim, as moradias. “Se não mexer no costume intradoméstico, dificilmente nós vamos controlar a dengue”, afirmou.
O município busca estimular nos hospitais públicos e privados a discussão do protocolo de assistência aos doentes, para evitar que erros no diagnóstico produzam mortes. “A dengue é aquela coisa que parece boba e se agrava rapidamente. Ela sai da sua mão. Escorrega pelos dedos o agravamento da doença. Os médicos têm de estar muito atentos e dar continuidade adequada”, afirmou.
Combate ao mosquito – Para impedir que a cidade passe por uma epidemia da doença, a Secretaria Municipal de Saúde disse que reforçará o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, com uma parceria da Defesa Civil.
As equipes terão carros adesivados e com sistema de som nas 32 subprefeituras, que serão usados quando o agente não estiver empenhado em alguma ação. Sempre às quartas-feiras, também será realizado o dia “D”, com distribuição de folhetos explicativos. (Fonte: G1)