Sem chuva, nível do Cantareira sobe de 18,2% para 18,4% na sexta-feira

O nível do Sistema Cantareira subiu de 18,2% para 18,4% nesta sexta-feira (27), segundo boletim diário divulgado pela Sabesp. Entre os demais sistemas que abastecem a Grande São Paulo, dois sofreram queda, dois subiram e um ficou estável.

Considerando a nova medição adotada neste mês, que inclui os volumes mortos na capacidade total do sistema, o nível do Cantareira subiu de 14,1% para 14,3%.

A alta desta terça foi a 21ª consecutiva nas represas, que abastecem 5,6 milhões de pessoas na Região Metropolitana. As chuvas recebidas em março já superaram a média histórica para o mês em 6,6%, mas não chove diretamente nas represas desde o dia 24. As altas se devem a contribuições de rios que desaguam nos mananciais.

Apesar das elevações, a situação ainda é delicada. Há um ano, o nível estava em 14% do volume útil e ainda não contava com os dois volumes mortos adicionados em maio e outubro.

A chuva que caiu nos últimos meses conseguiu recuperar apenas a segunda cota do volume morto. Para cobrir a primeira cota do volume morto, o sistema precisa chegar a 29,2%, ou seja, 0% do volume útil.

Novo método – A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) passou a divulgar na terça-feira (17) duas formas de medição do nível de água armazenado no Sistema Cantareira.

A publicação do novo gráfico foi feita após recomendação do Ministério Público (MP), que pediu mais detalhes da situação do manancial com o uso de duas cotas do volume morto desde 2014.

Até então, a Sabesp não inseria no cálculo a quantidade de litros acrescentada pelas reservas técnicas (182,5 bilhões de litros do volume morto 1 e 105 bilhões de litros do volume morto 2) autorizadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica (DAEE).

A conta para chegar ao índice do nível do reservatório só considerava o volume útil do sistema, que é de 982 bilhões de litros.

Para dar “mais transparência às informações”, segundo nota oficial, a Sabesp apresentará também um gráfico considerando o volume útil e o volume morto, especificando o volume total do sistema para cada situação.

A companhia informou, por meio da assessoria de imprensa, que apesar da divulgação de dois gráficos, o índice oficial para série histórica será o mesmo de antes e que o volume de água disponível para a população não sofreu alteração. As duas formas de medição podem ser encontradas na página na internet da Sabesp.

Queda no nº de clientes – Antes da crise, o Cantareira abastecia 8,8 milhões de pessoas, mas hoje produz água para 5,6 milhões de clientes na Grande São Paulo.

O sistema conseguiu recuperar apenas uma quantidade de água equivalente a segunda cota do volume morto. O sistema teve um corte de 56% na vazão em relação a fevereiro de 2014. A quantidade de água fornecida passou de 31,77 mil litros por segundo para 14,03 mil litros/segundo.

Já o Guarapiranga aumentou a vazão de 13,77 mil litros por segundo para 14,9 litros/segundo, e se tornou o maior reservatório de São Paulo. (Fonte: G1)